19.12.24

"Ser solidário", pelo Clube de Leitura e Escrita

 Alguns alunos do Clube de Leitura e Escrita, inspirados pelo espírito natalício, responderam ao desafio e escreveram textos a partir do mote "Ser solidário". 


  Encontram-nos expostos na Biblioteca, para que os possam ler e apreciar.

 


Solidariedade

Ser solidário é ser além de si,

É dar-se ao outro sem razão que o prenda,

É ser a ponte entre o que dói aqui

E o que na alma alheia o peito estenda.

 

Não há no gesto um cálculo, um sentido,

Que o explique ao mundo ou ao próprio ser;

Há só o impulso, vago e destemido,

De erguer no outro o que se quer viver.

 

Quem dá ao próximo a mão que ampara

Não se perde a si, mas cresce na verdade,

Pois cada ato que por bem se declara

Traz no silêncio o eco da unidade.

 

E assim vou sendo - em dúvida, mas inteiro -

Um só no todo, e o todo num só veio.

                                                                                          Açucena Alijaj, 12.º H

5.12.24

É Natal! É Natal!

 E a Biblioteca enche-se de magia!


 Com a preciosa colaboração dos alunos do 10.º B e do 10.ºF, da professora Esmeraldina Santos, e dos alunos que frequentam o CAA, o Natal já chegou à nossa Biblioteca e aguarda a vossa visita. 


E no English Corner...



28.11.24

BALOBÓBORA - UMA HISTÓRIA A QUATRO MÃOS

 Era para ser uma história de Halloween... Acabou por ser uma história com duas metades. A vários níveis! 


  Pelo Clube de Leitura e Escrita, numa tentativa fragmentada de concluir uma oficina de escrita criativa...


 BALOBÓBORA - UMA HISTÓRIA A QUATRO MÃOS

O dia estava escuro. Antevia-se uma noite ainda pior...

Encolhido o mais que podia, na sua palidez habitual, o balão de enfeitar "fingia-se de morto", há muito guardado naquele espaço exíguo, mas totalmente adequado a quem quer passar despercebido.

Não foi o caso.

Primeiro foram os olhos nele pousados. Depois, as mãos, prontas a atacar. Várias. Virado de um lado, virado do outro. Aberto, insuflado. O ventre calculadamente enchido, desfigurado, até na sua acostumada e confortável palidez. Não estava certo! Não o iria permitir! Não seria uma abóbora, por mais que tentassem!

O dia já ia longo. A noite, maior seria. 

Para ali ficou: metade balão, metade... abóbora? Um ser disforme, sem nome e sem valor algum.

Foi então que aconteceu algo inesperado. Uma criança, de olhar atento e sorriso travesso, percebeu a angústia do balão híbrido. “Por que é que tem de ser uma abóbora? E se fosse outra coisa? Algo especial?”

Com dedos pequenos, mas ágeis, a criança começou a dar forma a uma nova ideia. Procurou restos de tecidos e colou-lhe remendos coloridos. Fez-lhe olhos com tampas de garrafas, uma boca com um pedaço de papel dobrado e acrescentou-lhe uma fita brilhante, amarrada ao topo. O balão transformou-se, então, numa criatura fantástica: o Balobóbora!

Os outros, que até então o olhavam com desdém, ficaram maravilhados. Não era apenas decoração. Era um símbolo de originalidade e liberdade. O Balobóbora passou a ocupar o lugar de destaque na festa.

Nessa noite, o híbrido iluminou o espaço com uma luz suave, refletindo as cores dos remendos e brilhando com uma força única. As crianças dançavam à sua volta, e até os adultos, rendidos, comentavam a genialidade da transformação.

O balão, que não quis ser abóbora, escapou ao destino imposto. Tornou-se algo muito maior: um ícone de criatividade, diferença e aceitação.

E assim, viveu a noite mais longa e brilhante da sua existência – não como balão, nem como abóbora, mas como o Balobóbora, único no mundo.

   (Imagem elaborada sem recurso à IA 😏)

21.11.24

Dia Mundial da Filosofia

 Penso, logo... celebro o Dia Mundial da Filosofia! Temos livros à disposição e marcadores feitos pelos alunos das turmas B, C e D do 10.º ano. 

Duma atividade conjunta entre as disciplinas de Português e de Filosofia (DAC), resultou um conjunto de marcadores de livros alusivos a filósofos de diferentes épocas e com pequenos poemas inspirados na poesia trovadoresca.


8.11.24

Livro por Livro

Há bons livros à disposição! 


A estante da atividade "Livro por Livro" encontra-se ao fundo das escadas, no piso da Papelaria, junto aos micro-ondas. 


É só ler e partilhar! 



22.10.24

Encontro com a autora M.G. Ferrey

 Hoje tivemos o prazer de receber na nossa escola a autora M. G. Ferrey, que nos falou de leitura, de escrita e de empatia. Os seus livros estarão à disposição na Biblioteca para serem lidos e apreciados.




14.10.24

Concurso de Tradução "Traduzir é Conhecer"

 Com a coordenação das professoras Rosa Teixeira e Margarida Anacleto, e a colaboração da BE, realiza-se mais uma vez o Concurso de Tradução "Traduzir é Conhecer". 


  A edição deste ano contempla dois grupos, em diferentes datas de realização. Atenta no cartaz, na informação também afixada à entrada da Biblioteca, inscreve-te e PARTICIPA! 


8.10.24

MIBE 24

 Outubro é o Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE), este ano sob o mote "Bibliotecas Escolares: a ligar comunidades!" 


  É o que pretendemos fazer com as atividades programadas para este mês: dar a conhecer a BE, levá-la para fora do espaço físico, através do nosso serviço de referência, da divulgação da nossa coleção, das nossas partilhas... Estamos de portas abertas a receber e a comunicar, numa rede tão visível quanto possível, por forma a chegarmos a tod@s e tod@s poderem chegar a nós. 


   Somos informação e conhecimento; somos livros, somos sonhos... Somos comunidade!

26.9.24

DIA EUROPEU DAS LÍNGUAS

O CLUBE das LÍNGUAS do AERT3 assinala o Dia Europeu das Línguas.

O Dia Europeu das Línguas celebra-se, anualmente, a 26 de setembro e tem como objetivo a celebração do património linguístico e da diversidade cultural comuns ao continente europeu.

Na Europa existem mais de 225 línguas faladas e 700 milhões de Europeus dos 46 estados-membros do Conselho da Europa são encorajados a aprender mais línguas, em qualquer idade, dentro e fora da escola.

O Conselho da Europa promove o plurilinguismo convicto de que a diversidade linguística é uma via para alcançar uma maior compreensão intercultural e um elemento-chave da riqueza do património cultural da Europa.

O tema escolhido este ano é «Línguas para a Paz» e pretende destacar a forma como a diversidade linguística e a educação linguística podem desempenhar um papel fundamental na promoção de uma cultura de paz, convivência e democracia.


19.9.24

NOVIDADES na BE

 De regresso às aulas, é tempo de divulgar as novas aquisições, prontinhas para requisição.

BOM ANO E BOAS LEITURAS!

14.6.24

RE)criar Abril

 Na próxima 3ª feira, dia 18 de junho, às 21h30, a peça de teatro "RE)criar Abril", produzida pela turma  10ºO, terá uma apresentação pública no Auditório Municipal de Gondomar.


Caso queiram assistir, aqui está o link para a compra dos Bilhetes.





11.6.24

OPEN THE WINDOW - 24 anos, 12 livros

Alunos e professores…

O mesmo objetivo, porque juntos conseguimos e chegamos mais longe.

Um longo caminho percorrido.

 

Janelas…

que se abrem, que são um convite à imaginação e nos transportam para um mundo de fantasia e mistério, povoado por príncipes e princesas, cavaleiros e fantasmas, bruxas e fadas, viagens no espaço e no tempo, animais que falam e se transformam e, claro, as inevitáveis histórias de luta entre o bem e o mal.

Janelas da alma abertas para o sonho.


                                   …won’t you step inside?

 

Somewhere, somehow

Imagination suddenly peeks,

Seeks light,

Shapes colours,

Unravels noises,

Doodles images.

It spreads its wings,

flies to and fro,

spins around and around and around…

Plays tricks to the mind,

Overlooks reality,

And leaves it behind willingly.

Out of the blue,

Like struck by lightning  

A new canvas starts being painted

And a new life is woven

With sunlight, some rain, lots of rainbows,

Love, tears, laughter...

A new window is opening.

Little by little.

And a story is born!

This time it could be yours…

And this goes on and on

Windows are opened

And stories will be fancifully knitted

Till the end of times.                                                                               

                       As Coordenadoras (Paula Vicente e Rosário Melo)

(imagens da exposição no English Corner, da Biblioteca)

E se mais livros não houver, que não se fechem as janelas, que a criatividade continue como forma de agradecimento pelos 24 anos de dedicação. 


Obrigada, Professores Paula Vicente, Rosário Melo e Fernando Cardoso! A marca foi deixada e não desaparecerá.




6.6.24

Tertúlia/Palestra com a "aventureira" Eva Martins

 No dia 21 de Maio, pelas 10:50h, teve lugar no Auditório Pequeno da nossa escola uma Tertúlia/Palestra dinamizada pela "aventureira", também professora, Eva Martins, organizada pela professora Adelina Martins em colaboração com a Biblioteca.


A professora Eva Martins partilhou as suas aventuras, promovendo hábitos e estilos de vida saudável com profunda ligação à natureza, em geral, e às montanhas e terras altas, em particular. A tertúlia desenvolveu-se em tom de conversa amigável, com imensas intervenções por parte dos alunos das turmas F e G do 10º ano.


 


Através da visualização de fotografias e vídeos, foram apresentados locais remotos como o EBC – Everest Base Camp, o Kilimanjaro, o Atlas, a GR20 na Córsega, os Picos da Europa, o Grand Canyon, várias rotas dos Caminhos de Santiago, entre outros. Os alunos puderam interagir com objetos pessoais da professora Eva, onde se destacam os bastões de trekking, a tenda que a acompanha sempre, o pequeno fogão e a botija de gás onde cozinha quando acampa e algumas bandeiras que trouxe das suas viagens. Questões como "Há quantos anos começou a fazer Trekkings em Média e Alta Montanha? Qual é o tipo de preparação física que faz para suportar a intensidade dos Trekkings? Quais as montanhas preferidas? Tem algum tipo de medo?" foram levantadas e respondidas cuidadosamente.



Os alunos ouviram as suas descrições de aventuras desafiantes, num testemunho muito pessoal que desvaloriza uma vida de excesso de bens materiais e enaltece a importância do contacto com a Natureza no seu estado mais puro e simples, a valorização do autoconhecimento, da superação, da introspeção e a procura do bem-estar emocional, psicológico e físico.


 


A expressão da professora "Tenho dentro de mim um Ferrari!" ilustra bem a ideia de que o maior valor de cada ser humano deve estar no seu interior, resultado das experiências e vivências com significado da sua vida.
 

Foi uma tertúlia emocional e visual, que fez pensar, questionar e que contribuirá, com certeza e esperança, para um maior respeito pelo nosso planeta e pelo ser humano. Os alunos demonstraram interesse e curiosidade em explorar um pouco mais o planeta que habitam.



4.6.24

PARABÉNS, Açucena! Mais um 1.º Prémio!


Odisseia de Pandora, en(caixa)da na História

 

Num Olimpo distante, Zeus, todo-poderoso,

Em fúria, se ergue, como um trovão.

Prometeu, insolente, desafiou o poder,

Dando aos homens o fogo, um feito a temer.

Com olhos em chamas, Zeus, em ebulição,

Engendrou um plano ardiloso.

Encomendando Pandora a Hefesto, encargo moroso.

Pandora era bela, cheia de graça e encanto.

Zeus ofertou-lhe uma caixa, um segredo e tanto.

"Nunca a abra, Pandora, é a minha exigência,

Pois dentro dela, nada seduz, só há desavença."

Curiosa e ousada, mas rendida à tentação,

Abre a caixa e derrama-se a confusão.

Guerra, doenças, males sem parar…

Porém, entre as sombras, um raio a brilhar.

A esperança brota como luz acesa na escuridão.

 

Na aula de história, onde o tempo enreda lições do passado,

O mito de Pandora emerge, despertando-me, ousado.

Uma mulher curiosa, uma caixa proibida, um enigma a decifrar.

Pandora é única, mas replica-se em nós – é ímpar.

 

Na pré-história, quando o mundo era selvagem e vasto,

Pandora, uma mulher das cavernas, recebe um presente nefasto.

Uma caixa de pedra, selada, com mistério ancestral,

Guardando segredos arcaicos, um enigma proverbial.

"Não toque", ecoa o sussurro do espírito da natureza.

Todavia, ela, em transe, abre a caixa rudimentar,

Arruína-se a fechadura, ela esboça um esgar;

com mãos trémulas, sem certeza,

A audácia de Pandora não conhece censura.

E dos confins da escuridão assomam males sem cura.

Fome, doença, predadores famintos à espreita,

Cada mal libertado, com um eco triste a rejeita.

Mas, no âmago da caixa, uma chama a arder,

A esperança, uma centelha, a persistir e a vencer.


Na esplêndida era da Antiguidade,

Pandora, envolta em sua majestade,

Recebe dos deuses uma caixa preciosa,

Repleta de segredos, uma dádiva enganosa.

"Não se atreva!", advertem as divindades altivas,

Mas, a ousadia é como uma chama - cativa-a.

Quebra o lacre e pressente as silhuetas nocivas.

Pandora, com olhos brilhantes - que intensidade! -

Desafia a ordem, ignorando a advertência, de verdade.

A tampa da caixa ergue-se, sem demora,

Os males do mundo são libertados e tudo piora.

Contudo, no centro da caixa, uma chama a reluzir:

A esperança, mesmo diante do caos, a persistir.

 

Na era medieval, temerosa e sombria,

Pandora, uma donzela, recebe uma caixa por cortesia.

Guardiã dos segredos num castelo antigo,

O desvelo, como fogo, abrasa-a, possessivo.

"Não descerre", sussurram os senhores do alto.

Pandora acaricia o tampo, sente um sobressalto.

Contudo, a tentação brilha, nos olhos de cobalto.

Com mãos trémulas, a tampa ergue, o rosto soleva,

E os males do mundo antigo irrompem, sem trégua.

Doenças, guerras, fomes e prantos sem par,

Cada mal libertado, como um lamento a ecoar.

Mas, no fundo da caixa, uma luz a brilhar:

A esperança, imersa em desespero, começa a vigorar.

 

Na era da máquina e do vapor incessante,

Pandora, uma operária, entreolha um presente.

Uma caixa metálica, fechada com atavios,

Repleta de ferragens, mistérios e desafios.

"Não mexa", sussurram vozes na fábrica inclemente,

Mas, o atrevimento de Pandora é uma força ardente.

Sacode a caixa, solta-se um silvo, liberta-se o ar.

Poluição, exploração, desigualdade a alastrar,

Cada mal libertado, como fumaça a pairar.

Das ruas escuras, surgem males reprimidos,

A exploração, a injustiça, a cobiça – todos permitidos.

Porém, entre as engrenagens, na contraluz,

Vislumbra-se a esperança que, ousadamente, reluz.

 

No agrume das trincheiras, no retumbar das armas,

Pandora, uma enfermeira, enfrenta mágoas e dramas.

Uma caixa de metal, selada com medo e cativeiro,

Guarda os horrores das guerras, um enigma derradeiro.

"Não abra", sussurram espíritos dos caídos em batalha,

Mas, a intrepidez de Pandora é como uma navalha.

Como lume absorvendo um fardo de palha.

Ela abre a caixa, libertando os horrores da carnificina,

E os males das guerras assolam-na, como uma sina.

Dor, tortura, morte e destruição, marcham e marcham,

Os males libertados são espectros que pairam.

Mas, no cerne da caixa, uma chama que brilha,

A esperança pulsa na escuridão, deixa uma trilha.

 

Num mundo moderno, de avanços tecnológicos,

Pandora, agora uma jovem de olhos atónitos,

Recebe um presente digital - uma caixa virtual -

Cheia de promessas e perigos, em nada banal.

"Não exponha", adverte o deus digital,

Mas a audácia, como sempre, é imortal.

Com a mão retesada, como num ritual,

Pandora clica, a caixa ilumina-se, sem hesitar,

Os males do mundo virtual começam a brotar.

“Malware”, “hackers”, “trolls” e “spam” emergem sem parar

“Chats” de redes sociais inundam-se de ódio, a disparar.

Mas, entre as trevas da internet, uma conexão brilha,

Há esperança, uma ligação verdadeira que se partilha e vigia.

 

Na aula de história, onde o tempo enreda lições do passado,

Pandora ressurge, en(caixa)-se - um mito sempre renovado.

Impulsiona a energia que a curiosidade invoca.

Lembra-nos que a esperança nunca morre e tudo suporta.


                                                                        Açucena Alijaj, 11.ºH 


24.5.24

Camões, grande Camões!

 500 anos do nascimento do Poeta são mais do que suficientes para lhe dedicarmos, pelo menos, dois meses de comemorações. No espaço do Autor do Mês, na Biblioteca, já se disponibiliza bibliografia, mas também informação biográfica e trabalhos criativamente elaborados pelos alunos do Clube de Leitura e Escrita da ESRT. "À maneira de Camões" e não só. À maneira de quem não pode deixar de celebrar um dos MAIORES.


15.5.24

Vencedores do I Concurso Concelhio de Leitura

A Diva Marques, do 11.ºC, e o Gonçalo Santos, do 9.ºB, foram os grandes vencedores do I Concurso Concelhio de Leitura, que se realizou no passado dia 7 de maio, no Auditório Municipal de Gondomar. A primeira obteve o 1.º Prémio no grupo do secundário e o segundo o 1.º Prémio no grupo do 3.º ciclo. 

  PARABÉNS aos dois pelas excelentes participações!

25.4.24

Eu, cidadã em democracia - Açucena Alijaj, com a READ ON Portugal

 Não podia ter sido em melhor dia a divulgação dos prémios do Concurso de Escrita Criativa, da READ ON Portugal, do qual a aluna Açucena Alijaj, do 11.º H, sai vencedora na categoria Língua Estrangeira (Escalão B). Recebe o 1.º Prémio e o seu texto pode ser lido aqui, conforme primeiramente o partilhou, ou no site da RBE, onde se divulgam os resultados:


https://www.rbe.mec.pt/np4/read-on-portugal-escrita-criativa-2024-le-B-1.html

My Citizen's Compass: finding democracy amidst turmoil.

As I stand on the cusp of adulthood, sailing at the brink of sixteen going on seventeen, I cannot help but feel the weight of history pressing on my shoulders. A history shaped by the struggles and sacrifices of those who came before me, including my own father, a Kosovar Albanian who bore witness to the tyranny of Serbia and fought relentlessly for freedom.

And yet, despite the scars that still linger, he emerged from the darkness with his spirit unbroken. His resilience and determination serve as a beacon of inspiration, guiding me through the tumultuous waters of adolescence and into the murky depths of adulthood.

In the dockyard of ideas, where thoughts collide and opinions intermingle, democracy flourishes. In my view of the world, dissent is not silenced but celebrated, for it is the crucible in which progress is prepared. From the quiet whispers of discord to the thunderous roar of protest, every voice finds resonance in the prows of democracy.

As I look out upon the world around me, I cannot help but feel a sense of disillusionment creeps in. Countries are still at war and conflicts rage unchecked while lessons from the past seem to fall on deaf ears; Where do I fit in?

I am grateful to live in Europe, in Portugal, where the seeds of democracy were sown amidst the mostly peaceful Carnation Revolution. Here, I am lucky enough. I have the right to participate in the democratic process so many fought and died to protect.

Yet, even amid this privilege, I find myself adrift, unsure of where to cast my ballot. In a landscape dominated by extremism and polarization, where young people are either detached from politics or too politicised, it's hard to find adults in power that truly represent my values and beliefs.

Nonetheless, I refuse to succumb to despair. I may not have all the answers, and the road ahead may be fraught with challenges, but I am determined to carve out my own path, guided by the lessons of the past and fuelled by the hope of a better future.

When I step into the voting booth for the first time, I will do so with a sense of purpose and determination. For I may be just one voice among many, but I refuse to grow complacent in the face of injustice. My vote will be my way of honouring the sacrifices of those who came before me, and of shaping the world that I want to live in.

It is dawn here. The page is no longer blank. Here's to being almost seventeen, to the age of possibility and potential. Here's to being a citizen in a world still at war, where the path forward is uncertain, but where the North Star of democracy burns bright. Here’s to following a direction marked not by magnetic poles, but by the principles of justice, equality, and freedom.

                                                                         Açucena Alijaj, 11ºH 

Tradução (gentilmente realizada e cedida pela própria autora):

A minha bússola de cidadania: encontrar a democracia no meio da turbulência.

Quando estou prestes a alcançar a idade adulta, navegando no limite dos meus dezasseis anos, quase dezassete, não consigo deixar de sentir o peso da história a pressionar os meus ombros. Uma história moldada pelas lutas e sacrifícios daqueles que vieram antes de mim, incluindo o meu próprio pai, um Albanês do Kosovo que testemunhou a tirania da Sérvia e lutou incansavelmente pela liberdade.

E no entanto, apesar das cicatrizes que ainda persistem, ele emergiu da escuridão com o seu espírito intacto. A sua resiliência e determinação servem como um farol de inspiração, guiando-me pelas águas tumultuosas da adolescência e em direção às profundezas turvas da idade adulta.

No cais das ideias, onde pensamentos colidem e opiniões se entrelaçam, a democracia floresce. Na minha visão do mundo, a divergência não é silenciada, mas celebrada, pois é nesse cadinho que o progresso é preparado. Desde os sussurros silenciosos do desacordo até o rugido ensurdecedor do protesto, cada voz encontra ressonância nas proas da democracia.

Ao olhar para o mundo que me rodeia, não posso deixar de sentir um certo desencanto a infiltrar-se sorrateiramente. Há países ainda em guerra e conflitos rugem sem controle, enquanto as lições do passado parecem cair em ouvidos surdos; e eu, onde me encaixo?

Sou grata por viver na Europa, em Portugal, onde as sementes da democracia foram plantadas no meio da essencialmente pacífica Revolução dos Cravos. Aqui, tenho essa sorte. Tenho o direito de participar do processo democrático pelo qual muitos lutaram e morreram para o proteger.

No entanto, mesmo no meio desse privilégio, vejo-me à deriva, sem saber onde lançar o meu voto. Numa paisagem dominada pelo extremismo e pela polarização, onde os jovens estão ou desligados da política ou excessivamente politizados, é difícil encontrar adultos no poder que realmente representem os meus valores e crenças.

No entanto, recuso-me a sucumbir ao desespero. Posso não ter todas as respostas, e o caminho pela frente pode estar repleto de desafios, mas estou determinada a abrir o meu próprio caminho, guiada pelas lições do passado e alimentada pela esperança num futuro melhor.

Quando entrar na cabine de voto pela primeira vez, farei isso com um sentido de propósito e determinação. Pois posso ser apenas uma voz entre muitas, mas recuso-me a ser complacente diante da injustiça. O meu voto será a minha forma de honrar os sacrifícios daqueles que vieram antes de mim e de moldar o mundo no qual quero viver.

Amanhece por aqui. A página já não está mais em branco. Aqui, quase a completar dezassete anos, na era da possibilidade e do potencial. Aqui estou eu, uma cidadã num mundo ainda em guerra, onde o caminho a seguir é incerto, mas onde a Estrela Polar da democracia brilha intensamente. Aqui estou eu,  a seguir uma direção marcada não pelos polos magnéticos da bússola, mas pelos princípios de justiça, igualdade e liberdade.

                                                          Açucena Alijaj