12.6.25

"O Duelo dos Génios" - pelo Clube de Leitura e Escrita

 Ainda a propósito do desafio lançado no passado mês de maio, e da participação do CLE na Feira das Ciências, a Catarina Buquete, do 2.º TEAC, criou a breve e divertida dramatização a que deu o nome de "O Duelo dos Génios". Da entusiasta colaboração dos colegas e membros do Clube, André Guimarães, do 10.ºG, e Hévora Silva, do 11.ºE, resultou o vídeo aqui partilhado. 

  Divirtam-se... Com ciência!



APRESENTADOR: Boa noite, senhoras e senhores! Sejam bem-vindos ao programa mais brilhante da televisão: “O Duelo dos Génios”! Hoje temos connosco dois dos maiores cientistas de sempre: Sir Isaac Newton e Albert Einstein! (aplausos) Vamos descobrir quem é o verdadeiro génio ou pelo menos quem tem mais piada! Newton, começa tu!

NEWTON: Obrigado, obrigado! Eu sou o homem que descobriu a gravidade — sim, aquela coisa que faz as maçãs caírem e os teus telemóveis não flutuarem pelo ar! Também inventei o cálculo, que é a matemática para os génios... e para os estudantes que querem passar nos testes.

EINSTEIN (ri-se):  Ah, Isaac, Isaac… A tua maçã é fixe, mas eu expliquei que o espaço e o tempo são como um colchão elástico que se dobra! Ou seja, não é a maçã que cai, é o próprio chão que se curva! E sem mim, não tinhas GPS para encontrares a tua casa… ou a tua cabeça!

NEWTON: GPS? Isso é coisa do futuro, meu amigo! Eu prefiro a gravidade simples e direta. Curvar o chão? Isso parece mais magia do Harry Potter do que ciência! Eu prefiro o método científico, passo a passo, sem confusões. Tu é que complicas tudo com essa história de espaço-tempo.

EINSTEIN: Complicar? Eu trouxe estilo à ciência! E, convenhamos, o meu cabelo é mais famoso do que a tua maçã. (faz um gesto ao cabelo) Vê lá se consegues imitar isto!

NEWTON: (ri-se) O teu cabelo é uma obra de arte, não nego! Mas eu inventei o cálculo, que é a base para toda a matemática que usas para as tuas equações malucas. Sem cálculo, não tens nada!

EINSTEIN: O cálculo é útil, sim, mas a minha equação E=mc² é a estrela do espetáculo. Energia e massa são a mesma coisa — é como dizer que a ciência também pode ser poética! Além disso, viste algum estudante decorar a tua lei da gravidade? Eu tenho fãs por todo o lado!

NEWTON: Poética? Tu és um poeta da física?  (faz pose dramática) Eu sou o poeta das maçãs e das leis que governam o universo!


EINSTEIN: E eu sou o poeta do cosmos! E sem mim, não tinhas GPS para encontrares a tua maçã perdida no supermercado. (ri-se


APRESENTADOR: (ri-se) estou a imaginar a cena: “Newton, onde está a maçã?” “Einstein, não sei, o GPS está a falhar!” Está aqui um duelo de titãs! Mas digam-me: se pudessem inventar algo hoje, o que seria?


NEWTON: Um telemóvel que funcione sem bateria! imaginaste? Nunca mais ninguém ficava sem bateria a meio da aula!


EINSTEIN: Eu inventava um penteado que nunca se estraga, para que os cientistas possam estar sempre com estilo — e sem perder tempo no espelho!


NEWTON: (ri-se) Se a maçã me cair na cabeça, talvez me uma ideia para isso!


EINSTEIN (faz careta): E se o teu cabelo fosse assim, ninguém se lembrava da maçã! 


APRESENTADOR: (ri-se) Está aqui uma amizade à prova de… gravidade e relatividade! (levanta um copo imaginário) Senhores, um brinde à ciência, às maçãs e aos cabelos despenteados!


NEWTON E EINSTEIN (levantam copos imaginários e riem): Um brinde!

APRESENTADOR: E assim terminamos o nosso programa! Obrigado por nos acompanharem no “Duelo dos Génios”! Até à próxima! Talvez tragam a Marie Curie para animar ainda mais. Boa noite!

 


3.6.25

Livros com Ciência, Ciência nas Palavras

 Na passada sexta-feira, dia 30 de maio, a Biblioteca Escolar e o Clube de Leitura e Escrita, associaram-se ao Clube de Ciência Viva da ESRT e participaram na Feira das Ciências. 

 Em mostra, estiveram livros do nosso acervo, para divulgação e consulta, bem como textos criativamente elaborados por membros do CLE que responderam ao desafio e colocaram ciência nas suas palavras. 





Com Batas, Com Batom, Com Bravura

 

No princípio, era a interrogação.

E havia silêncio nas salas dos sábios.

As mulheres varriam o chão da razão,

com olhos acesos e mãos ocupadas

a medir o mundo por entre tarefas invisíveis.

Mas nunca deixaram de perguntar.

 

Foram elas…

as que misturaram saber com coragem

nos tempos em que ciência era só coisa de cátedra e gravata.

Bruxas, curandeiras, parteiras com doutoramento empírico,

as que sabiam mais do que diziam

porque sabiam que dizer… era perigoso.

 

Elas ouviram o ritmo da célula

como quem ouve o mar dentro de uma concha.

E escreveram equações

com a mesma paciência com que se tece um enxoval.

 

Os homens erguiam catedrais de certeza.

Elas semeavam dúvida fértil,

colhiam dados, olhavam devagar,

e chamavam à ciência - gesto.

 

Maria de Sousa ouviu os murmúrios do corpo

e falou com os linfócitos como quem consola um filho.

Elvira Fortunato pegou no papel — coisa de embrulho —

e fez dele futuro,

porque sabia que inovação também se escreve à mão.

Joana Osório, com serenidade de jardim interior,

desvendou os labirintos da dor

sem perder o caminho da ternura.

 

Elas foram muitas…

como raízes sob a terra dura,

como marés que não se veem,

mas movem continentes.

 

E quando lhes perguntavam:

“Mas tu és cientista mesmo?”

sorriam.

A ironia era o seu bisturi.

Não gritavam. Mas persistiam.

E a verdade acabava por ceder.

 

Agora, no século que se anuncia,

elas não entram nos laboratórios — pertencem-lhes.

Sabem o nome das estrelas,

o peso dos elementos,

e o modo exato como a luz dobra à entrada da água.

 

São filhas da razão e da esperança,

irmãs da poesia e da física.

Sabem que estudar é também resistir,

e que descobrir

é uma forma de amar o mundo.

                                                              Açucena Alijaj, 12.ºH

16.5.25

Semana Concelhia das Bibliotecas Escolares

 Foi uma semana repleta de emoções. Sob o mote "E se mais mundo houvera, lá chegara.", comemoramos os 500 anos de Camões e partilhamos ideias, projetos e trabalhos, dinamizados pelas nossas bibliotecas e realizados pelos alunos das escolas de Gondomar. 


Em exposição, tivemos retratos de Camões realizados pelos alunos de Artes; em projeção contínua, vídeos de leitura, declamação, abordagem criativa...; como mostra de boas práticas, a demonstração do jogo "Mistério n' Os Lusíadas", da candidatura BePlan, da RBE; a "nossa" Hévora Silva, do 11.º E, foi distinguida com o 1.º Prémio do grupo do secundário no II Concurso Concelhio de Leitura!


 E se mais dias houvera...




21.3.25

"É isto, a poesia?"

 Uma partilha Leya Educação, neste Dia Mundial da Poesia.

Alguém diz: a poesia é a graça e o mistério das coisas. E isto dito, logo apetece desdizer. Chamar para a liça Alberto Caeiro e a sua poesia dedicada a negar o mistério das coisas. Versos, porém, os seus, não vazios de mistério.

(Homero, Virgílio?)

Então, o mistério que existe em todas as coisas – assenta-se que é isso, a poesia?

(Petrarca, Camões, Shakespeare?)

Ou uma falha (sim, no sentido tectónico) que existe na mente e na própria linguagem. Será isso a poesia?

(Baudelaire, Lorca?)

Qualquer coisa de música que mora na pele lisa ou rugosa das palavras?

(Cesário, Pessanha?)

Ou uma insubmissão radical? Mas longe de absoluta – pensa só em como tantos poetas se submetem às leis do mercado. Por vezes uma opção de classe? Uma insurgência, até?

(Brecht, O’Neill, Darwich?)

Aquilo com que certas mentes se ocupam no dia 21 de Março, o tal Dia Mundial? Não passa disso a poesia?

(Sophia, Adília?)

Aquilo que provoca estranheza (ou estranhamento?) e que todos os dias, a toda a hora, ocupa o pensamento de uns que escrevem?

(Herberto, Luiza? Ou Daniel Faria?)

O que ouvia a orelha-menina daquele homem da orelha verde?

(Rodari?)

Aquilo que leva desencontradas cabeças a queimar tempo, tentando definir a poesia, de maneira um pouco patética e igualmente desencontrada?

Talvez seja a poesia isto. Ou nada disto. Sim, outra coisa. Da mesma ou de outra substância qualquer.

                                                                                  João Pedro Mésseder


20.3.25

"Poesia às 10"

 Amanhã, dia 21 de março, celebramos o Dia Mundial da Poesia. Em articulação com o Plano Cultural das Artes, as BE do AERT3 propõem a atividade "Poesia às 10": às 10h, toda a comunidade educativa é convidada a ler um poema, em sala de aula ou fora dela. 

 Na Biblioteca da ESRT, na mostra "Leva-me contigo!" encontram já disponíveis algumas propostas de obras poéticas e alguns poemas selecionados pelos alunos do 12.ºD, da professora Zaida Vieira.



21.2.25

Amor é... Ainda - e sempre - Camões; ainda - e sempre - Açucena Alijaj!

 De um desafio de escrita lançado pela professora Paula Coelho na equipa teams do CLE (Clube de Leitura e Escrita), a propósito do dia 14 de fevereiro e do soneto camoniano "Amor é fogo que arde sem se ver", eis que de novo nos surge a excelente escrita da Açucena, do 12.ºH, que não perde um desafio do género, nem a capacidade de nos surpreender. Sempre! 


Luís de Camões iria gostar, sem dúvida. Ora apreciem:


Amor é fogo que arde sem se ver (versão intercultural)

 

Amor é fogo que arde sem se ver,

um sol de Itália a aquecer o trigo,

o mar de Azov  sem se render,

brisa japonesa num templo antigo.

 

É tango urgente em noite argentina,

é mantra indiano de castas feridas,

é canto livre na voz palestina,

um fado em Coimbra nas despedidas.

 

É céu andino a tocar o vento,

um Kalahari com sede de mudança,

é mar que embala o Caribe distante.

 

Vive onde houver um povo e alento,

num beijo, num verso, num passo de dança,

sem cor, sem fronteira – eterno e vibrante.

 

                                                                  Açucena Alijaj, 12ºH