Hoje, dia 18 de novembro, a nossa Biblioteca não poderia deixar de assinalar o Dia Mundial da Filosofia. Agradecemos aos alunos do 11ºH os marcadores de livros e à aluna Sara Costa, do 10ºQ, a partilha do seu texto tão bem escrito e pensado.
(Painel realizado em anos anteriores e recuperado da Learning street.)
De que forma a
Filosofia nos pode ajudar a ter uma relação mais saudável e consciente com as
redes sociais?
Para compreender de que forma a Filosofia nos pode
ajudar em relação às redes sociais é primeiro necessário saber em que consiste
cada um desses conceitos. Não é fácil definir o que é a Filosofia, mas esta
pode ser descrita como a análise lógica e racional de tudo o que é relevante
para a existência humana, individual e coletivamente, com base na compreensão
do ser e do universo, ou seja, tenta responder a questões ou problemas
realizadas pelo Homem, sem que estas, contudo, fiquem completamento
solucionadas, sendo que dependem de diversos pontos de vista. As redes sociais,
virtualmente falando, são sites e aplicações que podem operar tanto a nível
profissional como a nível de relacionamentos, mas sempre permitindo o
compartilhamento de informações e/ou valores entre diferentes pessoas. A
liberdade, relevante também para este tema, pode ser definida como o direito de
um indivíduo proceder conforme lhe apetece, desde que esse direito não vá
contra o direito de um outro indivíduo ou da lei.
Como é possível verificar no quotidiano, as redes
sociais passaram a fazer parte da vida de uma grande parte da população
mundial, influenciando os seus costumes, hábitos, pensamentos e opiniões. Isto
pode ser visto como uma vantagem, apesar de ter também, evidentemente, inúmeras
desvantagens.
Vejamos assim: de uma maneira geral, é natural
seguir-se as tendências. Tenhamos como exemplo o slime, uma matéria viscosa bastante popular uns anos atrás, que
servia de divertimento. O seu uso viralizou rapidamente nas redes sociais,
principalmente no instagram. Em pouco tempo, inúmeras crianças possuíam uma
caixinha com slime, ou pelo menos
desejavam ter, visto que tinham sido profundamente influenciadas por estas. De
uma maneira geral, estas aplicações serviram de propaganda ao produto que,
neste caso, era inofensivo. Tenhamos agora por exemplo um caso mais crítico.
Durante o período da quarentena, viralizou um desafio no tiktok e instagram que
consistia em construir uma escada de caixas de cartão ou plástico e conseguir
subi-las sem cair. Obviamente, o mais popular seria quem conseguisse fazê-lo
com as escadas mais altas. Influenciados pelos muitos vídeos desse desafio, imensos
utilizadores tentaram realizá-lo. Houve muitos casos graves de pessoas que se
magoaram ao tentar realizar isso, caindo das caixas e torcendo ou até partindo
partes do corpo. O desafio atingiu proporções tão grandes que as autoridades
francesas proibiram a realização e propaganda desse desafio em qualquer meio
social.
A filosofia, como análise crítica de situações,
ajudaria a analisar cuidadosamente o desafio. Valeria a pena realizá-lo para
atingir popularidade? O que é ser popular? Que fama pretenderia obter? Valeria
o risco de injúrias essa popularidade? Que riscos é aceitável correr? O que é
um risco? Ou até, a felicidade obtida com esse desafio compensaria as injúrias
que poderiam ocorrer? Far-me-ia feliz? O
que é ser feliz? Que benefícios me traria o desafio? Com um exemplo tão trivial
é possível observar a importância da Filosofia, até nas mais simples situações
quotidianas. A análise crítica desse desafio, em vez da cegueira da pequena
fama que poderia ser alcançada, poderia ter evitado esses acidentes.
Em relação às opiniões e à liberdade de expressão, a
filosofia é uma vez mais uma mais valia. As redes sociais são bem conhecidas
pela liberdade de expressão que lhe é associada. É possível encontrar opiniões
construtivas, ofensivas, ou triviais em qualquer meio social. São também
conhecidas pelo ciberbulliyng de que tantas pessoas sofrem, influencers ou não.
Apesar da liberdade oferecida em relação a determinado tipo de comentários, é
necessário pensar sobre o impacto que estes terão. Criticar construtivamente
ajudará a pessoa a crescer, criticar ofensivamente marcará profundamente.
Críticas que podem ficar na alma da pessoa só pela sua maneira de vestir, de
dançar, de jogar, de exercer a sua religião ou simplesmente de ser. É então
necessário pensar, que impacto terão as minhas palavras sobre essa pessoa?
Valerá a pena exprimir esta opinião? Apesar da liberdade de expressão estar
aberta a todos e de caber a cada um definir e examinar os seus valores, há que
ter em conta o impacto que isso causará.
A Filosofia ensina-nos não só a raciocinar sobre
questões relacionadas com o mundo em si, mas também relacionadas com os nossos
valores, a forma como interagimos com as pessoas e o impacto que o que nós
fazemos pode ter sobre o mundo ao nosso redor. Atualmente isso é muito
realizado através das redes sociais, daí a importância de saber lidar com estas
e com tudo o que as implica.
Sara Costa, 10º Q
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