Ainda no âmbito das atividades em torno do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, alguns alunos do 12.º ano responderam ao desafio e escreveram os textos que aqui partilhamos. Outros trabalhos podem ser apreciados, encontrando-se expostos na Biblioteca.
O Holocausto foi um período negro durante a Segunda Guerra Mundial, em que milhões de pessoas foram perseguidas e mortas pelos nazis. Recordar este evento é crucial para honrar as vítimas e garantir que tais atrocidades nunca se repitam.
O Holocausto, um dos períodos mais tenebrosos da história mundial durante a Segunda Guerra, foi marcado por uma campanha sistemática liderada pelos nazis, sob a égide de Adolf Hitler. Entre 1941 e 1945, desencadearam uma perseguição implacável e um extermínio brutal, focalizado principalmente na comunidade judaica, mas alargando-se a outros grupos considerados "indesejados", como ciganos, deficientes, homossexuais e dissidentes políticos.
Este genocídio materializou-se através de campos de concentração e extermínio, onde milhões de indivíduos foram cruelmente eliminados. A desumanização tornou-se uma característica proeminente, reduzindo seres humanos a meros números, submetidos a condições degradantes e privados da sua dignidade.
O Holocausto não se resume apenas a uma atrocidade em massa, mas também representa um exemplo gritante do que pode ocorrer quando o ódio, o preconceito e a intolerância não são combatidos. Recordar este período é crucial para homenagear a memória das vítimas e sublinhar a importância de promover a tolerância, respeito e compreensão, independentemente das origens ou crenças. Constitui um alerta perpétuo sobre as consequências devastadoras do extremismo e da discriminação, enfatizando a necessidade constante de defender os direitos humanos e a justiça global.
O Holocausto continua a ser uma das páginas mais sombrias da história da humanidade, um momento em que a intolerância, o ódio e a violência atingiram proporções inimagináveis. As lições extraídas desse período são cruciais para garantir que tais atrocidades nunca se repitam. Recordar o Holocausto é mais do que honrar a memória das vítimas; é um lembrete constante da necessidade urgente de promover a compreensão, a tolerância e o respeito mútuo. Devemos permanecer vigilantes contra qualquer forma de discriminação e preconceito, e trabalhar incansavelmente para construir um mundo onde a dignidade humana seja inalienável e os direitos de todos sejam respeitados.
Henrique Canado, José Martins, Pedro Martins, Rafael Sousa, Simão Rocha (12.ºK)
O Holocausto, um capítulo devastador da história, ocorreu no período de 1941-1945, com a Segunda Guerra Mundial, durante o Terceiro Reich, período liderado por Adolf Hitler, “Führer” na Alemanha e pelo regime nazi. A atmosfera hostil deu origem a políticas discriminatórias, leis antissemitas e respetivas propagandas intensivas. A implementação do "Plano Final" pelos nazis resultou na criação de campos de concentração e extermínio, onde judeus e quaisquer outras minorias étnicas que fugissem ao padrão ariano como degenerados, negros e opositores políticos seriam submetidos a condições desumanas e execuções em massa.
Até hoje pensamos no que motivou tamanha crueldade. Recuando um pouco no tempo e na história percebemos que os principais fatores que conduziram ao holocausto foram principalmente a ascensão de Hitler ao poder, em 1933 quando, o líder do partido nacional-socialista foi convidado para o cargo de chanceler da Alemanha. Com ele, diversas leis foram criadas para exterminar judeus. Em 1935, foram aprovadas as Leis de Nuremberga, que proibiam os judeus de serem atendidos em hospitais, negavam-lhes a nacionalidade alemã e proibiam-nos de trabalhar em qualquer agência governamental. Também a propagação da ideologia nazi levou à eugenia como prática política. Segundo eles, os alemães eram os únicos descendentes puros dos arianos (primitivos indo-europeus), que Hitler acreditava ser uma "raça superior". Esta eugenia é um conjunto de práticas e teorias que buscam alterar as características genéticas de uma população de forma controlada. Para isso, o governo nazi proibiu o casamento inter-racial entre alemães e judeus. Finalmente, o antissemitismo também moldou o caminho para o Holocausto, levando ao preconceito contra o grupo étnico dos judeus – os semitas. Este foi propagado pelo III Reich por meio de leis, decretos e regulamentos discriminatórios em toda a Alemanha. O antissemitismo nazi foi expresso também na propaganda, liderada por Joseph Goebbels como Ministro da Propaganda. Através de ações propagandistas, foram criadas teorias da conspiração apresentando a imagem dos judeus como um povo traiçoeiro, com planos ocultos para dominar o mundo e culpados na derrota na Primeira Grande Guerra. Também era comum relacionar os judeus a comunistas e anarquistas.
Um dos mais violentos casos de antissemitismo foi “A noite de Cristal” em 1938, com a destruição pequenas lojas de comércio judaicas e sinagogas. Com o desenrolar da Segunda Guerra Mundial e as derrotas acumuladas, as perseguições aos judeus acentuaram-se. A partir de 1942, numa conferência realizada em Wansee, na periferia de Berlim, os nazis adotaram a “solução final”, acordando uma diretriz de massacre científico. Já existiam na Alemanha e em outros países, campos de concentração nazis, onde inimigos políticos, judeus e doentes mentais eram mantidos e muitos deles, mortos. Então passou-se à construção de campos de extermínio, para onde seriam levados prisioneiros eslavos, ciganos e principalmente judeus para realizar trabalho forçado, acabando mortos nas câmaras de gás, como forma de Hitler “purificar” o país. Com a derrota oficial da Alemanha Nazi na guerra, os alemães perderam território e os campos de concentração foram libertados pelas tropas aliadas. No dia 27 de janeiro de 1945, as forças soviéticas foram as primeiras a chegar ao campo de Auschwitz, o maior de todos. Somente após a libertação dos prisioneiros o mundo tomou conhecimento destas atrocidades.
O dia 27 de janeiro passou a ser o "Dia Internacional de Lembrança do Holocausto".
Este trágico episódio deixou cicatrizes profundas na consciência global e destaca a capacidade humana para a intolerância extrema. Ao compreender e lembrar esse período sombrio, somos compelidos a confrontar as ramificações do preconceito e da discriminação, reafirmando a necessidade contínua de promover a justiça, a igualdade e o respeito pelos direitos humanos.
Jaime Nunes, Inês Silva e Marta Lemos (12.ºL)
"Desejo andar de bicicleta, dançar, assobiar, olhar para o mundo, sentir-me jovem e saber que sou livre, e ainda assim não posso deixar transparecer. Imagina o que aconteceria se todos nós os oito sentíssemos pena de nós mesmos ou se andássemos por aí com o descontentamento claramente visível nos nossos rostos. Onde é que isso nos levaria?"- Anne Frank
O Holocausto consistiu na perseguição sistemática e no assassinato de 6 milhões de judeus europeus pelo regime nazi alemão, pelos seus aliados e colaboradores. Contudo, não se limitou aos judeus, impactando todas as raças consideradas inferiores, ou seja, os homossexuais, os ciganos, os degenerados, os comunistas, os liberais e os eslavos. Este foi um processo contínuo que ocorreu por toda a Europa entre 1933 e 1945, sendo designado pelos judeus como Shoah (palavra hebraica que significa catástrofe).
Publicado em 1920, o programa partidário do Partido Nazi, conhecido como Programa Nacional Socialista ou Programa de 25 pontos, declarou publicamente a intenção de segregar os judeus da sociedade "ariana" e de revogar os seus direitos civis, políticos e legais.
Assim, percebemos que o antissemitismo, ou seja, a hostilidade face aos judeus, que antes estava relacionada com motivos religiosos, era um princípio essencial da ideologia nazi, tendo sido a base do Holocausto, o qual teve início quando Adolf Hitler e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores alemães subiram ao poder na Alemanha.
A instabilidade da Alemanha sob a República de Weimar (1918-1933), o medo do comunismo, a humilhação e a revolta causadas pela derrota na Primeira Guerra Mundial e as sucessivas crises económicas e políticas, tornaram os alemães mais recetivos às ideias nazis, entre elas o antissemitismo, uma vez que os judeus foram responsabilizados pelos dois últimos tópicos mencionados. Tal ocorria através de discursos de ódio que acabaram por se transformar em ação, sendo que os principais responsáveis por construir e difundir estas ideias foram Alfred Rosenberg, teórico nazi, e Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazi.
A primeira vaga de perseguições aos judeus começou quando as suas lojas foram boicotadas, impedindo o comércio deste povo. Isto precisamente porque se acreditava que exerciam uma grande influência na economia. Para tal, foram realizadas listas de estabelecimentos judeus e foram colocadas tropas da SA e membros da juventude hitleriana no exterior das lojas com o intuito de intimidar possíveis clientes. Durante o dia, os nazis grafitaram vitrines de lojas com a estrela de David, realizando igualmente marchas enquanto cantavam lemas antijudaicos.
O segundo movimento antijudaico incluiu a adoção das Leis de Nuremberga, em 1935, as quais legitimaram a perseguição aos judeus, que perderam o direito ao voto, foram proibidos de casar com elementos da raça ariana e privados da sua nacionalidade alemã.
Além disso, este povo foi separado e isolado em guetos, sendo que a entrada de alimentos era controlada e não era permitida a entrada de medicamentos. Surgiu também a obrigatoriedade de usar a estrela amarela e deixaram de poder exercer qualquer profissão ou frequentar lugares públicos.
Na noite de 9 a 10 de novembro de 1938, centenas de sinagogas e estabelecimentos comerciais judaicos são vandalizados e incendiados. Esta noite ficou conhecida como “Noite dos Cristais” (Kristallnacht) por conta dos inúmeros cacos de vidro que cobriram as ruas após o massacre.
Em 1942, na conferência de Wannsee, nos arredores de Berlim, foi discutida a implementação da “solução final do problema judaico”, que corresponde à última etapa do Holocausto.
No que diz respeito aos campos de concentração, os primeiros surgiram em 1933, sendo que eram designados de campos de trabalho pelos nazis e administrados pelas SS (secções de segurança) e pela Gestapo (Polícia política). Estes encontravam-se todos na parte leste da Europa, ou seja, estavam estrategicamente localizados, pois os nazis pretendiam concretizar o genocídio o mais secretamente possível sem que as outras populações se apercebessem da violação de direitos humanos. Na Polónia, por exemplo, houve seis campos de extermínio controlados pelos nazis: Auschwitz-Birkenau (o maior), Belzec, Chelmno, Majdanek, Sobibor e Treblinka.
Os campos de concentração caracterizavam-se pelas fortes carências alimentares e higiénicas, pela brutalidade dos trabalhos forçados e pelo fácil aparecimento de doenças. O trabalho mantinha as “minorias” vivas, pelo que quando deixassem de ser produtivos, eram executados ou enviados para as câmaras de gás. Estas foram projetadas para aceitar grandes grupos de pessoas, tendo sido uma ideia retirada do Aktion T4 — programa em que ocorria a execução de indivíduos com distúrbios mentais ou deficiência física.
À medida que as Forças Aliadas se deslocavam pela Europa, numa série de ofensivas vitoriosas, os judeus foram libertados do controle nazi, sendo que a sua sobrevivência só foi possível devido a circunstâncias extraordinárias ou através da ajuda de outras pessoas. Aristides de Sousa Mendes, um diplomata português, foi uma dessas pessoas. Ele conseguiu que milhares de refugiados, sobretudo judeus, chegassem a Portugal, contrariando as regras de Salazar. Esta decisão custou-lhe um processo disciplinar e o afastamento da sua carreira, passando o resto da sua vida com imensas dificuldades económicas.
Outra destas situações ocorreu com a família de Anne Frank, a qual recebeu o auxílio de quatro funcionários de Otto Frank: Miep Gies, Johannes Kleiman, Victor Kugler e Bep Voskuijl, os quais levavam roupas e alimentos à família, que se encontrava escondida num “anexo secreto”, colocando as suas próprias vidas em perigo.
O Holocausto terminou com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial e os principais culpados acabaram por ser julgados e condenados por crimes contra a Humanidade.
Érica Larouca, Dinis Gonçalves, Patrícia Santos, William Simposya (12º J)