25.4.24

Eu, cidadã em democracia - Açucena Alijaj, com a READ ON Portugal

 Não podia ter sido em melhor dia a divulgação dos prémios do Concurso de Escrita Criativa, da READ ON Portugal, do qual a aluna Açucena Alijaj, do 11.º H, sai vencedora na categoria Língua Estrangeira (Escalão B). Recebe o 1.º Prémio e o seu texto pode ser lido aqui, conforme primeiramente o partilhou, ou no site da RBE, onde se divulgam os resultados:


https://www.rbe.mec.pt/np4/read-on-portugal-escrita-criativa-2024-le-B-1.html

My Citizen's Compass: finding democracy amidst turmoil.

As I stand on the cusp of adulthood, sailing at the brink of sixteen going on seventeen, I cannot help but feel the weight of history pressing on my shoulders. A history shaped by the struggles and sacrifices of those who came before me, including my own father, a Kosovar Albanian who bore witness to the tyranny of Serbia and fought relentlessly for freedom.

And yet, despite the scars that still linger, he emerged from the darkness with his spirit unbroken. His resilience and determination serve as a beacon of inspiration, guiding me through the tumultuous waters of adolescence and into the murky depths of adulthood.

In the dockyard of ideas, where thoughts collide and opinions intermingle, democracy flourishes. In my view of the world, dissent is not silenced but celebrated, for it is the crucible in which progress is prepared. From the quiet whispers of discord to the thunderous roar of protest, every voice finds resonance in the prows of democracy.

As I look out upon the world around me, I cannot help but feel a sense of disillusionment creeps in. Countries are still at war and conflicts rage unchecked while lessons from the past seem to fall on deaf ears; Where do I fit in?

I am grateful to live in Europe, in Portugal, where the seeds of democracy were sown amidst the mostly peaceful Carnation Revolution. Here, I am lucky enough. I have the right to participate in the democratic process so many fought and died to protect.

Yet, even amid this privilege, I find myself adrift, unsure of where to cast my ballot. In a landscape dominated by extremism and polarization, where young people are either detached from politics or too politicised, it's hard to find adults in power that truly represent my values and beliefs.

Nonetheless, I refuse to succumb to despair. I may not have all the answers, and the road ahead may be fraught with challenges, but I am determined to carve out my own path, guided by the lessons of the past and fuelled by the hope of a better future.

When I step into the voting booth for the first time, I will do so with a sense of purpose and determination. For I may be just one voice among many, but I refuse to grow complacent in the face of injustice. My vote will be my way of honouring the sacrifices of those who came before me, and of shaping the world that I want to live in.

It is dawn here. The page is no longer blank. Here's to being almost seventeen, to the age of possibility and potential. Here's to being a citizen in a world still at war, where the path forward is uncertain, but where the North Star of democracy burns bright. Here’s to following a direction marked not by magnetic poles, but by the principles of justice, equality, and freedom.

                                                                         Açucena Alijaj, 11ºH 

Tradução (gentilmente realizada e cedida pela própria autora):

A minha bússola de cidadania: encontrar a democracia no meio da turbulência.

Quando estou prestes a alcançar a idade adulta, navegando no limite dos meus dezasseis anos, quase dezassete, não consigo deixar de sentir o peso da história a pressionar os meus ombros. Uma história moldada pelas lutas e sacrifícios daqueles que vieram antes de mim, incluindo o meu próprio pai, um Albanês do Kosovo que testemunhou a tirania da Sérvia e lutou incansavelmente pela liberdade.

E no entanto, apesar das cicatrizes que ainda persistem, ele emergiu da escuridão com o seu espírito intacto. A sua resiliência e determinação servem como um farol de inspiração, guiando-me pelas águas tumultuosas da adolescência e em direção às profundezas turvas da idade adulta.

No cais das ideias, onde pensamentos colidem e opiniões se entrelaçam, a democracia floresce. Na minha visão do mundo, a divergência não é silenciada, mas celebrada, pois é nesse cadinho que o progresso é preparado. Desde os sussurros silenciosos do desacordo até o rugido ensurdecedor do protesto, cada voz encontra ressonância nas proas da democracia.

Ao olhar para o mundo que me rodeia, não posso deixar de sentir um certo desencanto a infiltrar-se sorrateiramente. Há países ainda em guerra e conflitos rugem sem controle, enquanto as lições do passado parecem cair em ouvidos surdos; e eu, onde me encaixo?

Sou grata por viver na Europa, em Portugal, onde as sementes da democracia foram plantadas no meio da essencialmente pacífica Revolução dos Cravos. Aqui, tenho essa sorte. Tenho o direito de participar do processo democrático pelo qual muitos lutaram e morreram para o proteger.

No entanto, mesmo no meio desse privilégio, vejo-me à deriva, sem saber onde lançar o meu voto. Numa paisagem dominada pelo extremismo e pela polarização, onde os jovens estão ou desligados da política ou excessivamente politizados, é difícil encontrar adultos no poder que realmente representem os meus valores e crenças.

No entanto, recuso-me a sucumbir ao desespero. Posso não ter todas as respostas, e o caminho pela frente pode estar repleto de desafios, mas estou determinada a abrir o meu próprio caminho, guiada pelas lições do passado e alimentada pela esperança num futuro melhor.

Quando entrar na cabine de voto pela primeira vez, farei isso com um sentido de propósito e determinação. Pois posso ser apenas uma voz entre muitas, mas recuso-me a ser complacente diante da injustiça. O meu voto será a minha forma de honrar os sacrifícios daqueles que vieram antes de mim e de moldar o mundo no qual quero viver.

Amanhece por aqui. A página já não está mais em branco. Aqui, quase a completar dezassete anos, na era da possibilidade e do potencial. Aqui estou eu, uma cidadã num mundo ainda em guerra, onde o caminho a seguir é incerto, mas onde a Estrela Polar da democracia brilha intensamente. Aqui estou eu,  a seguir uma direção marcada não pelos polos magnéticos da bússola, mas pelos princípios de justiça, igualdade e liberdade.

                                                          Açucena Alijaj

23.4.24

Shakespeare e o Dia Mundial da Língua Inglesa.

 No dia 23 de abril comemora-se o Dia Mundial da Língua Inglesa, como forma de promover o multilinguismo e a diversidade cultural. A data foi escolhida em homenagem ao escritor britânico William Shakespeare, que se supõe ter nascido nesta data há 450 anos. 


 No English Corner da Biblioteca, damos espaço a este autor e à sua obra, hoje, que também é Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.




DIA MUNDIAL DO LIVRO

  No ano em que se assinalam os 500 anos do nascimento de Camões, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas homenageia o poeta através do cartaz comemorativo do Dia Mundial do Livro 2024, concebido por Luís Mendonça/Gémeo Luís. 


 O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de abril. 

Na Biblioteca, comemoram-se os livros, comemoram-se os autores e comemora-se abril!





19.4.24

Gabriel García Márquez - Autor do Mês

 Gabriel José García Márquez foi um escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas. Tendo nascido a 6 de março de 1927 e falecido a 17 de abril de 2014, é o autor destacado na nossa Biblioteca este mês. 
 Não deixem de apreciar a bibliografia disponibilizada deste Nobel da Literatura  de 1982.


15.4.24

Novos títulos, novas propostas de leitura!

 Acabadinhos de catalogar, e prontos para serem requisitados, estão os novos livros, as mais recentes aquisições da BE da ESRT! 

  Esperam por ti na mostra "Leva-me contigo!" - propostas para requisição domiciliária. 



BOAS LEITURAS!

22.3.24

Encontros com autores

Na quarta-feira, dia19, precisamente a meio da Semana da Leitura, tivemos a honra de receber a autora (e ex-aluna desta escola) Raquel Vaz. À conversa com a mesma, sobre os seus livros e temáticas de eleição, estiveram os alunos do 11.ºC e do 11.ºE.


Hoje, para terminar com "chave-de-ouro", foi dia de conhecer melhor Jeannine Johnson Maia. Atentos às suas partilhas, nomeadamente no que se refere  às suas fontes de inspiração e ao seu curioso processo criativo, estiveram os alunos do 10.ºO, do 11.ºM e do 11.ºN. A receber, a apresentar a autora e a acompanhar a sessão, em representação do Clube de Leitura e Escrita da ESRT, estiveram as alunas Érica Larouca, Idalina Marques, Patrícia Santos e Sara Costa, do 12.ºJ.


A coleção da nossa Biblioteca acabou enriquecida com os livros das duas autoras.  

  

21.3.24

DIA MUNDIAL DA POESIA

E hoje foi assim:


Dia de ouvir o Grupo de Trovadores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto;


Dia de "Levar a Poesia à sala de aula";


Dia de ler Poesia em inglês, dos participantes no concurso Windows of the heart;


Dia de ler Poesia "À maneira de Camões", pelo Clube de Leitura e Escrita da ESRT... e não só!


                       HOJE FOI DIA DE CELEBRAR A POESIA.






19.3.24

LEITURAS NA BE

 Hoje foi dia de LEITURAS NA BE! Duas turmas do 11.º ano, o C e o G, acompanhados pela professora Isabel Alves, e pelos dois professores estagiários que orienta, declamaram poemas, próprios e de autores, mais ou menos, conhecidos.






18.3.24

INÍCIO DA SEMANA DA LEITURA!

 Hoje teve início a Semana da Leitura do AERT3! Na ESRT, está oficialmente aberta a "Feira do Livro Já Lido" e tivemos já o primeiro "Encontro com Autores" da semana, com a nossa aluna Francisca Fernandes, do 10.ºN a encantar os alunos mais novos. 


Começamos também hoje a partilhar algumas fotos (mais tarde partilharemos os vídeos) enviadas pelos participantes não apurados para a 
Prova Final do Concurso de Leitura do AERT3, que se realiza no dia 20, pelas 14.30h, no Auditório Grande, com os três finalistas de cada ciclo de ensino a prestarem provas de seleção para o Concurso Municipal de Leitura. 

Da nossa parte, PARABÈNS a todos os que connosco partilharam as suas escolhas de leitura, em especial ao Dinis Tavares e ao Gonçalo Santos, do 9.ºB (apurados do 3.º ciclo), e à Diva Marques, do 11.ºC, à Júlia Gontijo, do 10.ºH, e à Matilde Silva, do 11.ºC (apurados do ensino secundário). As suas apresentações serão "ao vivo e a cores", já na próxima quarta-feira. 


Entretanto, inspiremo-nos com as escolhas dos alunos...












6.3.24

Campanhas Miúdos a Votos

 Terminam hoje as ações de campanha. Foram algumas, sobretudo ao nível do 3.º ciclo, que se empenha grandemente pelos seus livros favoritos. 


    A LEITURA SAI SEMPRE VENCEDORA!



23.2.24

Fevereiro - Mês dos Afetos

 No âmbito da atividade “Fevereiro - Mês dos Afetos”, foi desenvolvida uma oficina artística entre a BE, representada pela docente Adelina Martins, e os alunos do Centro de Apoio à Aprendizagem, sob orientação das professoras Helena Pereira e Ana Alves e do professor Flávio Oliveira.


Os alunos do CAA, foram convidados a intervirem artisticamente em superfícies de cd's que iriam ser descartados, reutilizando restos de papéis e tecidos de cores quentes, relacionadas com as temáticas - afetos, amizade, amor, alegria.

Posteriormente, a docente Adelina Martins uniu os diversos cd´s, formando dois enormes corações, para serem expostos na escola, no sentido de enfatizar não só a temática dos afetos, mas também da união e da inclusão. Para as referidas uniões foram reutilizados arames de espirais usadas em encadernações antigas.

Dado o cariz do projeto assentar, essencialmente, sobre a reutilização de materiais existentes, dando-lhes uma nova vida, foi desenvolvida também uma parceria com o Eco-Escolas do nosso agrupamento, sendo que um dos corações será exibido no Eco-Concelho que se realizará no próximo dia 28, pelas 17h, no auditório da nossa escola.




15.2.24

Holocausto... Como foi possível?

  Ainda no âmbito das atividades em torno do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, alguns alunos do 12.º ano responderam ao desafio e escreveram os textos que aqui partilhamos. Outros trabalhos podem ser apreciados, encontrando-se expostos na Biblioteca.  


O Holocausto foi um período negro durante a Segunda Guerra Mundial, em que milhões de pessoas foram perseguidas e mortas pelos nazis. Recordar este evento é crucial para honrar as vítimas e garantir que tais atrocidades nunca se repitam.

O Holocausto, um dos períodos mais tenebrosos da história mundial durante a Segunda Guerra, foi marcado por uma campanha sistemática liderada pelos nazis, sob a égide de Adolf Hitler. Entre 1941 e 1945, desencadearam uma perseguição implacável e um extermínio brutal, focalizado principalmente na comunidade judaica, mas alargando-se a outros grupos considerados "indesejados", como ciganos, deficientes, homossexuais e dissidentes políticos.

Este genocídio materializou-se através de campos de concentração e extermínio, onde milhões de indivíduos foram cruelmente eliminados. A desumanização tornou-se uma característica proeminente, reduzindo seres humanos a meros números, submetidos a condições degradantes e privados da sua dignidade.

O Holocausto não se resume apenas a uma atrocidade em massa, mas também representa um exemplo gritante do que pode ocorrer quando o ódio, o preconceito e a intolerância não são combatidos. Recordar este período é crucial para homenagear a memória das vítimas e sublinhar a importância de promover a tolerância, respeito e compreensão, independentemente das origens ou crenças. Constitui um alerta perpétuo sobre as consequências devastadoras do extremismo e da discriminação, enfatizando a necessidade constante de defender os direitos humanos e a justiça global.

O Holocausto continua a ser uma das páginas mais sombrias da história da humanidade, um momento em que a intolerância, o ódio e a violência atingiram proporções inimagináveis. As lições extraídas desse período são cruciais para garantir que tais atrocidades nunca se repitam. Recordar o Holocausto é mais do que honrar a memória das vítimas; é um lembrete constante da necessidade urgente de promover a compreensão, a tolerância e o respeito mútuo. Devemos permanecer vigilantes contra qualquer forma de discriminação e preconceito, e trabalhar incansavelmente para construir um mundo onde a dignidade humana seja inalienável e os direitos de todos sejam respeitados.

Henrique Canado, José Martins, Pedro Martins, Rafael Sousa, Simão Rocha (12.ºK)


O Holocausto, um capítulo devastador da história, ocorreu no período de 1941-1945, com a Segunda Guerra Mundial, durante o Terceiro Reich, período liderado por Adolf Hitler, “Führer” na Alemanha e pelo regime nazi. A atmosfera hostil deu origem a políticas discriminatórias, leis antissemitas e respetivas propagandas intensivas. A implementação do "Plano Final" pelos nazis resultou na criação de campos de concentração e extermínio, onde judeus e quaisquer outras minorias étnicas que fugissem ao padrão ariano como degenerados, negros e opositores políticos seriam submetidos a condições desumanas e execuções em massa.

Até hoje pensamos no que motivou tamanha crueldade. Recuando um pouco no tempo e na história percebemos que os principais fatores que conduziram ao holocausto foram principalmente a ascensão de Hitler ao poder, em 1933 quando, o líder do partido nacional-socialista foi convidado para o cargo de chanceler da Alemanha. Com ele, diversas leis foram criadas para exterminar judeus. Em 1935, foram aprovadas as Leis de Nuremberga, que proibiam os judeus de serem atendidos em hospitais, negavam-lhes a nacionalidade alemã e proibiam-nos de trabalhar em qualquer agência governamental. Também a propagação da ideologia nazi levou à eugenia como prática política. Segundo eles, os alemães eram os únicos descendentes puros dos arianos (primitivos indo-europeus), que Hitler acreditava ser uma "raça superior". Esta eugenia é um conjunto de práticas e teorias que buscam alterar as características genéticas de uma população de forma controlada. Para isso, o governo nazi proibiu o casamento inter-racial entre alemães e judeus. Finalmente, o antissemitismo também moldou o caminho para o Holocausto, levando ao preconceito contra o grupo étnico dos judeus – os semitas. Este foi propagado pelo III Reich por meio de leis, decretos e regulamentos discriminatórios em toda a Alemanha. O antissemitismo nazi foi expresso também na propaganda, liderada por Joseph Goebbels como Ministro da Propaganda. Através de ações propagandistas, foram criadas teorias da conspiração apresentando a imagem dos judeus como um povo traiçoeiro, com planos ocultos para dominar o mundo e culpados na derrota na Primeira Grande Guerra. Também era comum relacionar os judeus a comunistas e anarquistas.

Um dos mais violentos casos de antissemitismo foi “A noite de Cristal” em 1938, com a destruição pequenas lojas de comércio judaicas e sinagogas. Com o desenrolar da Segunda Guerra Mundial e as derrotas acumuladas, as perseguições aos judeus acentuaram-se. A partir de 1942, numa conferência realizada em Wansee, na periferia de Berlim, os nazis adotaram a “solução final”, acordando uma diretriz de massacre científico. Já existiam na Alemanha e em outros países, campos de concentração nazis, onde inimigos políticos, judeus e doentes mentais eram mantidos e muitos deles, mortos. Então passou-se à construção de campos de extermínio, para onde seriam levados prisioneiros eslavos, ciganos e principalmente judeus para realizar trabalho forçado, acabando mortos nas câmaras de gás, como forma de Hitler “purificar” o país. Com a derrota oficial da Alemanha Nazi na guerra, os alemães perderam território e os campos de concentração foram libertados pelas tropas aliadas. No dia 27 de janeiro de 1945, as forças soviéticas foram as primeiras a chegar ao campo de Auschwitz, o maior de todos. Somente após a libertação dos prisioneiros o mundo tomou conhecimento destas atrocidades.

O dia 27 de janeiro passou a ser o "Dia Internacional de Lembrança do Holocausto".

Este trágico episódio deixou cicatrizes profundas na consciência global e destaca a capacidade humana para a intolerância extrema. Ao compreender e lembrar esse período sombrio, somos compelidos a confrontar as ramificações do preconceito e da discriminação, reafirmando a necessidade contínua de promover a justiça, a igualdade e o respeito pelos direitos humanos.

Jaime Nunes, Inês Silva e Marta Lemos (12.ºL)


"Desejo andar de bicicleta, dançar, assobiar, olhar para o mundo, sentir-me jovem e saber que sou livre, e ainda assim não posso deixar transparecer. Imagina o que aconteceria se todos nós os oito sentíssemos pena de nós mesmos ou se andássemos por aí com o descontentamento claramente visível nos nossos rostos. Onde é que isso nos levaria?"- Anne Frank

O Holocausto consistiu na perseguição sistemática e no assassinato de 6 milhões de judeus europeus pelo regime nazi alemão, pelos seus aliados e colaboradores. Contudo, não se limitou aos judeus, impactando todas as raças consideradas inferiores, ou seja, os homossexuais, os ciganos, os degenerados, os comunistas, os liberais e os eslavos. Este foi um processo contínuo que ocorreu por toda a Europa entre 1933 e 1945, sendo designado pelos judeus como Shoah (palavra hebraica que significa catástrofe).

Publicado em 1920, o programa partidário do Partido Nazi, conhecido como Programa Nacional Socialista ou Programa de 25 pontos, declarou publicamente a intenção de segregar os judeus da sociedade "ariana" e de revogar os seus direitos civis, políticos e legais.

Assim, percebemos que o antissemitismo, ou seja, a hostilidade face aos judeus, que antes estava relacionada com motivos religiosos, era um princípio essencial da ideologia nazi, tendo sido a base do Holocausto, o qual teve início quando Adolf Hitler e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores alemães subiram ao poder na Alemanha.

A instabilidade da Alemanha sob a República de Weimar (1918-1933), o medo do comunismo, a humilhação e a revolta causadas pela derrota na Primeira Guerra Mundial e as sucessivas crises económicas e políticas, tornaram os alemães mais recetivos às ideias nazis, entre elas o antissemitismo, uma vez que os judeus foram responsabilizados pelos dois últimos tópicos mencionados. Tal ocorria através de discursos de ódio que acabaram por se transformar em ação, sendo que os principais responsáveis por construir e difundir estas ideias foram Alfred Rosenberg, teórico nazi, e Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazi.

A primeira vaga de perseguições aos judeus começou quando as suas lojas foram boicotadas, impedindo o comércio deste povo. Isto precisamente porque se acreditava que exerciam uma grande influência na economia. Para tal, foram realizadas listas de estabelecimentos judeus e foram colocadas tropas da SA e membros da juventude hitleriana no exterior das lojas com o intuito de intimidar possíveis clientes. Durante o dia, os nazis grafitaram vitrines de lojas com a estrela de David, realizando igualmente marchas enquanto cantavam lemas antijudaicos.

O segundo movimento antijudaico incluiu a adoção das Leis de Nuremberga, em 1935, as quais legitimaram a perseguição aos judeus, que perderam o direito ao voto, foram proibidos de casar com elementos da raça ariana e privados da sua nacionalidade alemã.

Além disso, este povo foi separado e isolado em guetos, sendo que a entrada de alimentos era controlada e não era permitida a entrada de medicamentos. Surgiu também a obrigatoriedade de usar a estrela amarela e deixaram de poder exercer qualquer profissão ou frequentar lugares públicos.

Na noite de 9 a 10 de novembro de 1938, centenas de sinagogas e estabelecimentos comerciais judaicos são vandalizados e incendiados. Esta noite ficou conhecida como “Noite dos Cristais” (Kristallnacht) por conta dos inúmeros cacos de vidro que cobriram as ruas após o massacre.

Em 1942, na conferência de Wannsee, nos arredores de Berlim, foi discutida a implementação da “solução final do problema judaico”, que corresponde à última etapa do Holocausto.

No que diz respeito aos campos de concentração, os primeiros surgiram em 1933, sendo que eram designados de campos de trabalho pelos nazis e administrados pelas SS (secções de segurança) e pela Gestapo (Polícia política). Estes encontravam-se todos na parte leste da Europa, ou seja, estavam estrategicamente localizados, pois os nazis pretendiam concretizar o genocídio o mais secretamente possível sem que as outras populações se apercebessem da violação de direitos humanos. Na Polónia, por exemplo, houve seis campos de extermínio controlados pelos nazis: Auschwitz-Birkenau (o maior), Belzec, Chelmno, Majdanek, Sobibor e Treblinka.

Os campos de concentração caracterizavam-se pelas fortes carências alimentares e higiénicas, pela brutalidade dos trabalhos forçados e pelo fácil aparecimento de doenças. O trabalho mantinha as “minorias” vivas, pelo que quando deixassem de ser produtivos, eram executados ou enviados para as câmaras de gás. Estas foram projetadas para aceitar grandes grupos de pessoas, tendo sido uma ideia retirada do Aktion T4 — programa em que ocorria a execução de indivíduos com distúrbios mentais ou deficiência física.

À medida que as Forças Aliadas se deslocavam pela Europa, numa série de ofensivas vitoriosas, os judeus foram libertados do controle nazi, sendo que a sua sobrevivência só foi possível devido a circunstâncias extraordinárias ou através da ajuda de outras pessoas. Aristides de Sousa Mendes, um diplomata português, foi uma dessas pessoas. Ele conseguiu que milhares de refugiados, sobretudo judeus, chegassem a Portugal, contrariando as regras de Salazar. Esta decisão custou-lhe um processo disciplinar e o afastamento da sua carreira, passando o resto da sua vida com imensas dificuldades económicas.

Outra destas situações ocorreu com a família de Anne Frank, a qual recebeu o auxílio de quatro funcionários de Otto Frank: Miep Gies, Johannes Kleiman, Victor Kugler e Bep Voskuijl, os quais levavam roupas e alimentos à família, que se encontrava escondida num “anexo secreto”, colocando as suas próprias vidas em perigo.

O Holocausto terminou com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial e os principais culpados acabaram por ser julgados e condenados por crimes contra a Humanidade.

Érica Larouca, Dinis Gonçalves, Patrícia Santos, William Simposya (12º J)

7.2.24

Dia da Internet Mais Segura

 O Dia da Internet Mais Segura celebra-se anualmente no segundo dia da segunda semana do segundo mês, que foi precisamente ontem, dia 6 de fevereiro. Deixamos aqui sugestões importantes, partilhadas na página de facebook do pnl 2027.

Lembramos algumas sugestões para navegar com mais segurança na Internet:
1. Mantenha os seus dispositivos protegidos.
2. Instale somente software fiável, licenciado.
3. Use palavras-passe diferentes para diferentes sites e aplicações.
4. Verifique se a página em que navega tem um cadeado na barra de navegação. Se não tiver, a página pode não ser segura e, por isso, não faculte dados pessoais ou confidenciais nessa página.
5. Se, em alguma circunstância, lhe solicitarem dados pessoais (números, palavras-passe, etc.) sem que a interação tenha sido iniciada por si, não faculte esses dados.
6. Ative sempre “segundos fatores” de autenticação nos sites e aplicações que utilizar (banco on-line, hospital, seguradora,…).
7. Preste atenção a mensagens e a anexos falsos: se o endereço eletrónico for desconhecido ou se o conteúdo lhe parecer estranho, o melhor é apagar.
8. Tenha cuidado com as redes de wi-fi públicas, pois nem sempre as ligações são seguras. Evite fazer compras e transações bancárias utilizando essas redes.
9. Converse com as crianças e explique-lhes os riscos associados à utilização da internet.
10. Na Internet, também encontra notícias falsas, desinformação, manipulação de imagens… Verifique as fontes.



https://www.facebook.com/100069158921432/posts/697509975897627/


2.2.24

"100 Palavras em Memória das Vítimas do Holocausto"

 Na continuação das atividades desenvolvidas em torno da Comemoração do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, aqui ficam alguns dos trabalhos produzidos por alunos do Clube de Leitura e Escrita da ESRT. Os mesmos se encontram expostos à entrada da Biblioteca.

10 de abril de 1944

Hoje sinto que não consigo escrever. Mas vou fazer um esforço. Não sei muito bem por que insisto em encher este diário de tudo o que me assombra e aterra, mas deve ser porque me sinto a desesperar e preciso de me libertar destes fantasmas. O que se passa aqui em Dachau diariamente desafia a própria essência da humanidade. Não creio que os meus pais quando me levaram a Munique para as fileiras da Juventude Hitleriana, esperavam que acabasse aqui, a traduzir frases gemidas no medo, num beliche frio e amorfo como o céu fora desta janela. Este lugar é maldito e tresanda a morte. A desesperança. Há cópias de Dachau por todo o lado. Com crematórios. O odor acre e metálico de carne queimada teima em instalar-se e ficar na memória. Não quero deixar de o distinguir. Não quero ficar-lhe imune, porque não quero perder-me, nem a minha essência. Não sou perfeito, mas recuso ser “isto”.

O brilho e vivacidade de Munique parecem um sonho distante, substituídos pelo silêncio sufocante do sofrimento. Os rostos dos prisioneiros emaciados estão marcados pela agonia; cada olhar vazio reflete o horror que nos rodeia. Nem sei porque tento obstinadamente traduzir todas as palavras que os oficiais cospem na direção dos oprimidos. Repugna-me a minha própria língua na garganta dos soldados alemães. Reconheço dois ou três antigos camaradas, mas desconhecia-lhes o regozijo na crueldade. Já vomitei muito. Nos primeiros dias, nas primeiras semanas, nos primeiros meses. 

Diariamente. Creio que estou quase tão desbotado como as sombras em farrapos que me pedem migalhas de restos, desperdícios de tudo, “o que já não quiser”. Sei que o fazem com terror nos olhos, mas quero acreditar que sabem que os auxilio à socapa, sempre que posso. Na verdade, todos me lembram, na sua humanidade, pessoas que poderiam viver na minha aldeia. Alguns, palpita-me, poderão ser mesmo de lá.

A minha resistência pode parecer isolada, mas quero acreditar que o não é – haverá mais como eu, que fazem pequenos atos desafiadores da máquina monstruosa, todos os dias e amiúde. Este regime enredou-nos a todos, mas não vai sobreviver. Não pode. Pressinto-o nas informações que os soldados tentam camuflar entre cigarros e brandy. Observo-o no entreolhar furtivo dos oficiais que chegam ao campo com ordens de cima, trocando códigos e medos do fim. Será que o “inimigo” virá libertar Dachau? Que o faça em breve. De bom grado mostrarei a bandeira branca, deixando por terra o símbolo do Reich, que nunca foi verdadeiramente meu.

Enquanto escrevo estas palavras, o peso da culpa e da vergonha paira pesadamente sobre mim. Não posso apagar o passado que me foi imposto, mas posso escolher como navegar por este inferno presente e querer mais do futuro. Que a tinta que espalho nestas páginas sirva como testemunho da chama muito ténue da humanidade que me recuso a extinguir em mim. Mesmo nos cantos mais sombrios de Dachau.

Walter 

                                                           (Açucena Alijaj, 11.ºH)



Todos amados, todos humanos 

 

Vermelho no chão 

Carmim na consciência 

Bor na mão  

Tinto tingindo inocência 

Fantasmas de tempos passados 

Jamais poderão ser ignorados 

Inocentes ceifados 

Corações parados 

Todos amados 

Todos humanos 

 

Se segues a vida de maneira “diferente” 

Morres como toda a gente 

Como todos maltratados 

Como se fosse um pecado 

Mas os pecadores são os no topo 

Aqueles com o poder todo 

Aqueles que se acham um deus 

Mas nem vão ver os céus 

Porque todos os mortos são vítimas 

Todas amadas 

Todas humanas 

 

Todos merecemos amor 

Todos merecemos liberdade 

Todos merecemos ser protegidos 

Da mais egoísta maldade 

Infelizmente o porco no uniforme militar 

Teve a oportunidade de falar 

A história não se devia repetir 

Porque todos os que não puderam fugir 

Eram todos pessoas como nós 

Todos amados 

Todos humanos 

Matilde Coelho (10.ºH)


Em respeito às vítimas do Holocausto, erguemos os nossos corações em tributo aos milhões que padeceram sob a opressão implacável. Cada vida extinta deixou uma cicatriz profunda na nossa história coletiva. Ao recordar os horrores do passado, reafirmamos o nosso compromisso com a justiça, tolerância e compreensão. A memória desses inocentes serve como um alerta perpétuo contra a intolerância e o ódio. Que o legado dessas vítimas inspire um mundo onde a humanidade prevaleça sobre a brutalidade, e que a lembrança do Holocausto perpetue a busca incansável por um futuro mais justo e compassivo. 

(Matilde Lopes, 11.ºP)


The day the Nazi left

In the shadows of despair, a city's heart did sigh,

As the day the Nazi left drew a hopeful, tearful sky.

Tyranny's grip, once iron, began to slowly unclasp,

Yet scars remained, etched in time, within the city's grasp.


The echoes of marching boots no longer filled the air,

A symphony of freedom played, casting out the nightmare.

Battered walls stood witness to a history untold,

Yet in the ruins, seeds of hope dared to unfold.


The streets, once hushed, now hummed with a new refrain,

A chorus of resilience, a melody against the pain.

Wounds ran deep, but bravery ran deeper still,

As the healing hands of time began their soothing skill.

The sun, hesitant at first, peeked through the clouds,

Warming faces that had known oppression's shrouds.

Neighbours, strangers, hand in hand, rebuilding broken trust,

A city scarred by hatred, decaying, drowned in rust.

For every brick that crumbled, a stronger wall arose,

A testament to the strength that from adversity grows.

Though shadows lingered, the dawn had finally won,

The day the Nazi left; a new era had begun.

                                                                   (Açucena Alijaj, 11.ºH)