25.4.21

E os passos que deres/ Nesse caminho duro / Do futuro/ Dá-os em liberdade.!

 


Recomeça...
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...

TORGA, M., Diário XIII.


16.4.21

Estante de Leituras

 Os alunos do primeiro ciclo do AERT3 contam-nos pela sua própria voz uma série de contos que podes consultar nesta estante de livros.



15.4.21

Ler e Animar Pesso@ - Biografia de Fernando Pessoa

Vídeo realizado pelos alunos da turma 12ºG do Agrupamento de Escolas de Rio Tinto n.º3, no ano letivo 2020/21, na disciplina de Oficina Multimédia, em colaboração com a BE/CRE. Este projeto foi financiado pela RBE no âmbito do projeto Ler + Jovem.

Ler e Animar Pesso@ - Autopsicografia

Vídeo realizado pelos alunos da turma 12ºG do Agrupamento de Escolas de Rio Tinto n.º3, no ano letivo 2020/21, na disciplina de Oficina Multimédia, em colaboração com a BE/CRE. Este projeto foi financiado pela RBE no âmbito do projeto Ler + Jovem.

Comemoração do Dia Internacional das Artes

Exposição Virtual de trabalhos (aqui) realizados pelos alunos do 12º G, na disciplina de DESENHO, com o intuito de celebrar o “Dia Internacional das Artes” que tem lugar hoje, dia 15 de abril. Neste dia celebramos a importância da Arte em todas as áreas da vida humana. É, por isso, importante salientar que a arte educa, transforma e conscientiza, difundindo ideias e ações que ajudam a melhorar a nossa perspetiva da realidade.

A arte diz o indizível, exprime o inexprimível, traduz o intraduzível

 Leonardo da Vinci 




                                                                                

14.4.21

Concurso Nacional de Leitura (CNL)

 Hoje a Rita, aluna do ensino secundário da ESRT participou na fase intermunicipal do CNL. Desejamos que a prova tenha corrido muito bem e aguardamos os resultados.



12.4.21

Leituras ao telefone

Durante a tarde de amanhã, dia 13 de abril, vai decorrer uma atividade concelhia que se chama Leituras ao Telefone e, ligando para qualquer um dos números do cartaz, entre as 14h30 e as 17h00, poderão ouvir uma história contada por outros alunos de todas as escolas do concelho de Gondomar.




Chegou a Semana da Leitura!

 Esta semana, de 12 a 16 de abril, o AERT3 vai comemorar a Semana da Leitura. Temos muitos desafios, muitas leituras e muitas atividades durante a semana. Contamos contigo!








10.4.21

Hoje comemoramos o aniversário dos 50 anos do nascimento do poeta Daniel Faria

 


Biografia

        


    Daniel Augusto da Cunha Faria nasceu em Baltar no dia 10 de abril de 1971. Licenciou-se em Teologia, na Universidade Católica e em Estudos Portugueses, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

No decorrer dos estudos universitários Daniel Faria concorreu a vários prémios literários, publicou os primeiros poemas e organizou um Círculo de Leitura(s) com o objetivo de promover a escrita poética e o contacto com autores; colaborou em diferentes revistas e fez desenhos, colagens, mobiles, encadernação e encenações.

A par da vida académica Daniel Faria desenvolveu um trabalho de serviço à comunidade, nomeadamente no Marquês e no Marco de Canaveses.

Aqueles que privaram com o poeta descreveram-no como fiel aos seus valores, um aluno aplicado e um amigo leal. Acerca de si próprio escreveu que era «um rosto que há-de vir» (Público, julho 14, 2001).

Após os estudos Daniel Faria optou pela vida monástica no mosteiro beneditino de Singeverga. No seguimento de uma queda doméstica faleceu no dia 9 de junho de 1999.

O jovem poeta publicou em vida várias obras: Uma Cidade com Muralha (1991), A Casa dos Ceifeiros (1993), Explicação das Árvores e dos Outros Animais (1998) e Homens Que São Lugares Mal Situados (1998), aos quais se seguiram, de publicação póstuma, Legenda para uma Casa Habitada e Dos Líquidos, ambos no ano 2000.

Considerado por alguns como um Poeta Maior da Língua Portuguesa, bebe as suas referências em alguns poetas portugueses como Herberto Helder, Sophia e Eugénio de Andrade.

Sophia foi para Daniel Faria o princípio da poesia e quando chegou a vez de Sophia o ler disse: «versos que põem o mistério a ressoar em redor de nós» (Público, julho 14, 2001).

Tolentino de Mendoça observou acerca da poesia de Daniel Faria: «é uma das aventuras poéticas mais radicais e luminosas que o século XX inscreveu na literatura portuguesa» (2012, Câmara Clara, RTP 2).

O poeta foi traduzido em várias línguas e tem sido objeto de teses de doutoramento.

 

 Poesia                                                                        

I

Amo o Caminho que Estendes

 

Amo o caminho que estendes por dentro das minhas divisões.
Ignoro se um pássaro morto continua o seu voo
Se se recorda dos movimentos migratórios
E das estações.
Mas não me importo de adoecer no teu colo
De dormir ao relento entre as tuas mãos.

 

II

Diário

 

Seja o que for

Será bom

É tudo.

 

III

Das manhãs 


Apenas levarei tua voz

Despovoada

Sem promessas

sem barcos

E sem casas

Não levarei o orvalho das ameias

Não levarei o pulso das ramadas

Da tua voz

Levarei os sítios das mimosas

Apenas os sítios das mimosas

As pedras

As nuvens

O teu canto

Levarei manhãs     

E madrugadas

 

IV

Voz no vento passando entre poeira


Edifício

Árvore noutro poema

Fico à sombra da vide e do esteio no outono

E enxerto a luz

Em tudo o que nomeio

 

V

Explicação da Ausência

Desde que nos deixaste o tempo nunca mais se transformou
Não rodou mais para a festa não irrompeu
Em labareda ou nuvem no coração de ninguém.
A mudança fez-se vazio repetido
E o a vir a mesma afirmação da falta.
Depois o tempo nunca mais se abeirou da promessa
Nem se cumpriu
E a espera é não acontecer — fosse abertura —
E a saudade é tudo ser igual.

 

VI

Pórtico

Com os meus amigos aprendi que o que dói às aves
Não é o serem atingidas, mas que,
Uma vez atingidas,
O caçador não repare na sua queda
.