14.6.23

Leitores Top!

 E hoje também foi dia de destacarmos dois dos leitores que mais livros requisitaram na nossa biblioteca durante o ano letivo. São "Leitores Top 22/23", a Ariely Almeida, do 7.ºA, e o Leandro Mendes, do 8.ºB


 Parabéns e continuação de boas leituras!



Boas férias! - pelo Clube de Francês

 Os últimos dias foram de trabalho colaborativo, na construção de um painel para a  Learning Street, por parte dos alunos do Clube de Francês da ESRT. 

  Aqui fica o registo de alguns momentos e do resultado final.




13.6.23

Fernando Pessoa - Autor do Mês

 Há 135 anos, a 13 de junho de 1888, nascia em Lisboa o nosso grande FERNANDO António Nogueira PESSOA. 

  Na nossa Biblioteca o mês é-lhe dedicado. Não deixem de visitar a exposição com as obras do autor selecionadas, os excertos transcritos e os belíssimos trabalhos de desenho de alunos da ESRT.



5.6.23

Olimpíadas da Cultura Clássica 2022/23 - 1.º Prémio!

 É com enorme orgulho que partilhamos o texto da nossa aluna Açucena Alijaj, do 10.ºI, e membro do Clube de Leitura e Escrita da ESRT, que ganhou o 1.º Prémio na modalidade de escrita (escalão C - secundário), nas Olimpíadas da Cultura Clássica 2022/23 - fruto da parceria entre a Rede de Bibliotecas Escolares, o Ministério da Educação e a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. 


Parabéns, Açucena! Excelente trabalho!



Game On, Sísifo

por Açucena Martins Tavares da Silva Alijaj, 10ºI


Toc-toc-toc - passos apressados…

Hermes, Hades e Zeus ligam sensor.

Clic! - acende-se, abrupto, um visor.

Plic-plic-plic - comandos ativados.

A luz materializa-se, os botões estão controlados.

Os deuses remexem-se, finalmente sentados.

O ecrã ilumina-se, mostra a tarefa.

O jogo começa, lançaram-se os dados.

Hermes, Hades e Zeus entreolham-se.

O espaço enquadra os tronos sagrados.

Faz-se silêncio, o jogo regressa.

Clic! – Queremos ação e temos pressa!

Game On, Sísifo: Estamos ligados.

 

Sísifo olha para o ecrã e inspira.

O penedo de mármore esmurra-lhe os dedos;

parece um novelo de medos e ira.

Sísifo e-x-p-i-r-a.

A pedra esfacela na subida.

Íngremes dores, esgares azedos,

o peso do medo e da vida torcida;

O respirar arfante, embrulha as discordâncias.

Falha o derreado antebraço,

cede o quadril, mostra descompasso.

Tem sede e fome, sente-se vil.

Vacila: pesam-lhe antigas manigâncias.

Os músculos tensos, gela-se-lhe o rosto.

Os pulmões ardem, contraídos pelo esforço.

O penedo lasca largando pó.

O olhar é baço, metendo dó.

O penedo sobe que sobe,

sobe com o medo.

Montanha acima, Sísifo treme.

Menos altivo, mais quebrantado,

joelhos tensos, olhar toldado.

O peso deixa-o transtornado.

Montanha acima, sem descanso,

como um relógio acelerado.

 

Sísifo empurra, Sísifo sobe, atordoado.

Hermes, sagaz, puxa um comando;

Hades sorri, um olhar brando.

Sísifo sobe descontrolado.

Tudo lhe foge, desconcentrado.

Impelido pela brisa que o envolve,

vareja-lhe as pernas, os braços assola,

o afinco insiste e o penedo rola.

Rola que rola, montanha acima,

novelo de quebranto e altivez que o engole.

A mente vagueia e Tanatos surge-lhe:

lembra-lhe o grilhão com que o prendeu.

Traz-lhe a mulher, Mérope, e a prole…

O pai, Éolo, que o vento move.

Lembranças de Corinto que nunca esqueceu.

Traz-lhe Ares e o sarcasmo dos Deuses.

Traz-lhe o marasmo que nunca o prendeu.

Lembra-lhe todos os que ofendeu e

pesam-lhe os cortes e as equimoses.

 

Não há trofeu no final da escalada,

Nem clamor de glória alada,

Nem ninfas, nem odes, tudo esmoreceu.

Rolará o novelo de pedra, bruscamente,

que no fundo da montanha desabará.

Para Sísifo o voltar a erguer, inalteradamente,

Retomando a subida que perdurará.

Os pulsos tremendo, o ombro enrijecido,

protege o rosto e o corpo dormentes.

Afaga o penedo, entorpecido.

O vento uiva tempestivamente.

Rola o novelo, rola que rola.

Novelo de pedra, de raiva e quebranto.

Castigo dos Deuses ultra prepotentes,

Que pressionam alavancas, botões, componentes…

 

Sísifo puxa e repuxa, força de rei;

Rei degradado, desterrado, sem manto,

que forçou o fado de ser um mortal.

Os Deuses observam e trocam esgares,

desprezam-no: um bruto com força braçal.

Sísifo puxa e repuxa o penedo.

Sonha acordado com o florir do corinto.

Procura a coragem no abismo do medo.

A pedra pesa, Sísifo expira. Ai, a ira!

Sísifo é forte, não se vê quebrado.

Empurra o penedo, a montanha gira

no seu olhar penumbrado.

“Liberte-se o vento nesta punição!

- Grita um Deus, encolerizado.

“Sísifo está fraco, corcovado,

vai destruir-se e acabar a exibição.

Temos de o manter motivado, senti-lo preso e desalinhado,

manter o absurdo desta privação.”

 

Sísifo ouve o rugido do metelmi.*

Perde-se o quebranto, surge a altivez.

Lembra-se de quando já teve ambição.

Puxa que puxa o penedo e sorri.

Éolo não lhe falhará, di-lo o coração.

Atinge o cume sem resignação.

Os ventos ajudam, convergem com manha.

Esquece os grilhões, castigo e tormento...

 larga o novelo, em catadupa.

O Vento apoia, com força bruta,

resvala o penedo, que simboliza “a luta”.

Rompe o absurdo, esfrangalha a rotina.

Desfaz-se em caos no sopé da montanha,

em seixos lascados pela adrenalina.

 

Os deuses primem e comprimem botões.

Soltam alarvidades e dão empurrões.

Gesticulam, gritam, desequilibrados.

Sísifo rompeu as regras - o jogo está parado.

“Como se atreve, é um vil mortal…” clamam os deuses do seu pedestal.

A luz desvanece…uma cor boreal.

Sísifo sorri e sai do ecrã.

Jogo acabado.

Game Over, Sísifo.

 

*“Metelmi” é um vento seco do Norte que ocorre de finais de maio a finais de setembro, principalmente no Mar Egeu e o Mediterrâneo oriental, mas está no seu ponto mais poderoso nos meses de verão de junho a agosto.


Concurso de Tradução “Prémio Traduzir 2023”

É com muito orgulho que noticiamos que a aluna Patrícia Alexandra Brás Santos, do 11.º M, obteve a 1.ª Menção Honrosa no concurso de tradução da Universidade Católica de Lisboa “Prémio Traduzir 2023”, que se realizou na Biblioteca Escolar/ Centro de Recursos Educativos, da Escola Secundária, no dia 23 de janeiro de 2023.


A participação do Agrupamento neste Concurso faz parte das atividades desenvolvidas ao longo do ano pelo Projeto “Traduzir é Conhecer”, e abrangeu alunos dos 11.º e 12.º anos, que traduziram textos em língua inglesa ou espanhola para língua portuguesa.


   Parabéns à Patrícia e restantes participantes!





2.6.23

“Olhares”… na senda de Cesário e de Caeiro

 Aqui está uma partilha da turma C, do 12.º ano, orientada pela professora Zaida Viera, na disciplina de Português. "Olhares" que são portas que se abrem para dentro da escrita poética e para uma reflexão final, pelas mãos dos seus alunos.


ODE À HORTA

Semente que cresces

no interior da terra,

tão depressa envelheces.


Como te sentes?

Triste? Revoltada?

Tu que estás parada

a ver o mundo descansada.


Sinto o vento a passar,

a embalar as minhas folhas.

Sinto o nevoeiro, húmido e frio.

Sinto que estou parada,

descansada.

Mafalda Pinto e Rui Mendes


Num dia comum, a natureza revela-se,

em cada detalhe, a sua beleza singela.

O sol brilha alto no céu, radiante e quente,

a iluminar o mundo, a sorrir suavemente.

 

O céu azul estende-se em infinitude,

com nuvens brancas suaves em

plenitude.

 

No chão, pequenos insetos seguem

o seu caminho, formigas trabalhadoras,

a contruir o seu ninho.

 

E as flores, nas suas variadas formas e

tons,exalam fragrâncias, verdadeiras

canções.

 

O verde das árvores, um manto vivo,

onde a vida agita-se, em movimento

cativo.


Neste dia tão comum, a natureza

presenteia, com a sua essência pura,

grandiosa e cheia

 

João Amaral e Henrique


Nuvem branca no céu azul

Semente caída da árvore vestida

Sol escaldante virado para sul

Folha verde no chão escondida


Calçada de pedra nas rachas preenchida

Num improvável acontecer, oh vida!

Floresce ervas e musgo

Mas olhem, uma coisa nova também


Ai que bela, esta borboleta

Voa e voa apenas por voar

Perfeita por não saber pensar

Aiii, suspiro, pois sei que eu não serei ela

Mas ainda tento alcançar


Ouçam…

Um chirrear no topo da árvore

Esperem! Um caraquejar também

Para os ouvir e escutar

Tenho que simplesmente me calar


Shiuuuu! vozes da minha cabeça

Calem se!!

Tiago Rocha e Cristiano

  

Vimos um bicho de conta que se enrolou quando tocamos nele e o fizemos sentir ameaçado. Na guerra da Ucrânia e Rússia, os soldados defendem -se de uma maneira semelhante quando estão a ser atacados.

Passamos por uma sardanisca que se foi afastando de nós de forma ágil, por ver os humanos como uma ameaça, e que passou por cima de grades sem cair, ao contrário do Homem, que cai por si mesmo sem existência de obstáculos.

Fizemos uma viagem no tempo e concluímos que atualmente damos grande importância a problemas insignificantes e supérfluos, quando no passado havia  de facto  grandes problemas que conseguiram ser ultrapassados com muita ambição e coragem.

Apercebemo-nos de que o fim do secundário está demasiado próximo e que talvez não tenhamos aproveitado esta etapa da nossa vida o máximo.

A academia de líderes UBUNTU faz- nos pensar que valores como a felicidade, persistência, perseverança, coragem e determinação, que são um pouco esquecidos na sociedade atual, são objetivos a cumprir pelos jovens do presente, o que nos leva a crer que ainda há alguma esperança na melhoria do mundo.

Maria Clara Faria, Maria Francisca, Mariana Paupério, Inês Pinto e Catarina Oliveira