24.3.22
Miúdos a votos - os livros "mais fixes"
Foram ontem as eleições de "Miúdos a votos", a nível nacional, a que a nossa escola se associou com a participação dos alunos do 3º ciclo.
Concurso Nacional de Leitura - fase interconcelhia
Realizaram-se ontem, na nossa Biblioteca, as prova escritas da fase interconcelhia do CNL. As provas foram realizadas online, em sessões organizadas pelo município de Santa Maria da Feira.
E ainda que as nossas alunas, Sofia Ribeiro, do 8ºD, e Mariana Vieira, do 11ºA, (a representar, respetivamente, o 3º ciclo do Ensino Básico e o Ensino Secundário da nossa Escola e do nosso Município) não tenham ficado apuradas para a prova de palco, não podíamos estar mais orgulhosas da postura e da prestação de cada uma delas. Parabéns a ambas! Foi um verdadeiro gosto acompanhá-las!
17.3.22
Leituras Partilhadas
Estas foram algumas das leituras partilhadas no Encontro de Leitores da Semana da Leitura.
LIVROS
Os livros são parentes diretos dos aviões, dos
tapetes-voadores ou dos pássaros. Os livros são da família das nuvens e, como
elas, sabem tornar-se invisíveis enquanto pairam.
Os livros têm olhos para todos os lados. Nem pestanejam de tanta
curiosidade. Podemos pensar que abrir e fechar um livro é obrigá-lo a
pestanejar, mas dentro de um livro nunca se faz escuro. Os livros querem sempre
ver e estão sempre a contar.
Adianta pouco manter os livros de capas fechadas. Eles têm memória
absoluta. Vão saber esperar até que alguém os abra. Até que alguém se encoraje,
esfaime, amadureça, reclame o direito de seguir maior viagem. E vão oferecer
tudo, uma e outra vez, generosos e abundantes. Os livros oferecem o que são, o
que sabem, uma e outra vez, sem se esgotarem, sem se aborrecerem de encontrar
infinitamente pessoas novas. Os livros gostam de pessoas que nunca pegaram
neles, porque têm surpresas para elas…
As pessoas que se tornam leitoras ficam logo mais espertas, até andam
três centímetros mais altas, que é efeito de um orgulho saudável de estarem a
fazer a coisa certa. Ler livros é uma coisa muito certa. E os livros não têm
vertigens. Eles gostam das pessoas baixas e gostam de pessoas que ficam mais
altas.
Depois da leitura de muitos livros pode ficar-se com uma inteligência
admirável e a cabeça acende como se tivesse uma lâmpada dentro. Os leitores
mesmo inteligentes aprendem a ler tudo, até aquilo que não é um livro. Leem
claramente o humor dos outros, a ansiedade, conseguem ler as tempestades e o
silêncio, mesmo que seja um silêncio muito baixinho. Alguns leitores, um dia,
podem aprender a escrever. Aprendem a escrever livros. São como pessoas com
palavras por fruto, como as árvores que dão maçãs ou laranjas. Pessoas que dão
palavras.
Alguns livros obrigam-nos a pôr mãos ao trabalho. Mas sem medo. O
trabalho que temos pela escola dos livros é normalmente um modo de ficarmos
felizes.
Todos os livros são infinitos. Começam no texto e estendem-se pela
imaginação. Por isso é que os textos são mais do que gigantescos, são absurdos
de um tamanho que nem dá para calcular. Se soubermos entender, crescemos
também, até nos tornarmos monumentais pessoas. Edifícios humanos de profundo
esplendor.
Devemos sempre lembrar que ler é esperar por melhor.
in “Bibliotecas”, Contos de cães e maus lobos,
Valter Hugo Mãe, p.143 (adapt., com supressões)
Quando nasci, um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é
desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
AS ASAS CRESCEM DEVAGAR
Quando eu era pequena, a minha maior
alegria era semear coisas. Semeava tudo: caroços de laranja, de nêsperas,
pevides de melão, raízes ínfimas de violetas, pétalas de cravo, olhinhos
amarelos de malmequer. Semeava nos vasos, nos canteiros da escola e, sobretudo,
debaixo de uma nespereira enorme que havia no quintal da minha casa de
infância. As sementes transformavam-se. Primeiro eram folhas tenras, depois,
plantas que cresciam, às vezes trepavam, às vezes… não acontecia nada.
Um dia o meu canário morreu. Logo,
não percebi muito bem o que lhe tinha acontecido. Depois descobri que alguma
coisa diferente, silenciosa, fria e inesperada, interrompia a vida. Então, fui
também semear o canário. Durante dias e dias aguardei, debaixo da nespereira,
que o canário voltasse. Primeiro, seria o bico. Depois, os olhinhos e, depois
ainda, um voo rápido e uma canção.
Maria
Rosa Colaço, in De que são feitos os
sonhos
Assim se Revisita o Coração
Só mal tocando as cordas
Da memória
Consegue o coração ressuscitar
Porque era este lugar
que eu precisava agora
como em deserto
até ao infinito,
e de repente,
uma gravidez imensa,
um cacto verde e limpo
Porque os olhos
conhecem estes sons
de dar à luz o vento
e são-lhe amantes
de tangível luz
Só mal tangendo as cordas
da memória
como estas flores
se tingem de alegria
Porque era neste azul
que eu me queria
como a rocha transpira
e se resolve
em mar
Ana Luísa Amaral
15.3.22
13.3.22
SEMANA DA LEITURA!
Foi verdadeiramente fantástica a nossa Semana da Leitura! Mas foram tantas as imagens recolhidas nas diversas atividades realizadas que terás de as ver no vídeo criado para as agrupar e celebrar. Fiquem atentos aos ecrãs da entrada da escola!
FEIRA DO LIVRO CNL - FASE CONCELHIA
ENCONTRO COM AUTORES PALESTRA
LIVRO POR LIVRO ENCONTRO DE LEITORES
Em breve, também aqui, as Leituras Partilhadas.
6.3.22
SEMANA DA LEITURA - Programação
Quase, quase a começar!
A Semana da Leitura do AERT3 é de 7 a 11 de março e aqui está a programação.
2.3.22
Ainda (e sempre) o Amor...
Dois textos partilhados pelos alunos Tiago Rocha e Clara Zanini, do 11ºC, através do Clube de Leitura e Escrita da ESRT. É sempre bom falar de Amor!
AMOR COMO FATOR TRANSFORMADOR
Outrora, pensava que o
amor era uma mera quimera e que nunca o iria alcançar, porém, esse momento
chegou há alguns meses e, neste pequeno período de tempo, já me transformou -
fez-me crescer - e espero que este sentimento, considerado por alguns como
controverso, continue a fazer com que eu evolua como pessoa.
Efetivamente, estar ao lado de alguém que se
ama e ser amado, reciprocamente, é um fator deveras crucial para o nosso desenvolvimento
tanto a nível sentimental/emocional como racional. Como prova disso, destaco a
minha persona que está num relacionamento, com o qual tem aprendido
muito. Relativamente às componentes sentimental e emocional, antes de
experienciar o amor, não sabia como lidar com o que eu sentia nem como o
demonstrar, no entanto, neste preciso momento, estou a descobrir como o fazer
ao lado de quem mais amo, juntos e unidos, pois um dos valores que adquiri
desta aprendizagem foi que devemos andar lado a lado e nunca um à frente do
outro. Já a nível racional, o relacionamento foi muito benéfico, uma vez que me
permitiu, em qualquer decisão, contar com o apoio e a opinião/conselhos de uma
outra pessoa que quer o meu bem. Exemplo disso podem-se considerar as ocasiões
em que tomamos decisões “a frio” e, deste modo, com a pessoa amada ao lado
serão dois sistemas nervosos centrais a realizar sinapses, já que duas cabeças
pensam melhor do que uma.
Face ao exposto, o tópico abordado é intemporal, tal como demostrado, por exemplo, na obra de Camilo Castelo Branco, admitindo, ainda, que o amor faz com que progridamos como seres humanos racionais, distinguindo-nos desta forma do boçal, para sobrevivência basal, postura adotada pelos irracionais.
O significado do amor em si ninguém sabe dizer, porém
muitas pessoas passam a vida a tentar decifrá-lo. A meu ver, existem vários
tipos de amor: aquele que é mais intenso, aquele que é ruim (mau) para nós,
aquele que sentimos pelos nossos familiares e, o mais raro, aquele que é para a
vida toda.
Também acredito que tudo à nossa volta gira em torno
do amor, como por exemplo as músicas que são quase sempre baseadas em
relacionamentos ou formas de sofrimento por amor. Podemos dar como outro
exemplo as telenovelas: nestas existe sempre um casal principal que faz de tudo
para no final ficar junto, assim como nos livros e nos filmes. E isto sempre
foi assim, desde os séculos passados até aos dias de hoje. O amor, o romance,
foi sempre visto de uma forma, por vezes, platónica, inalcançável, porém sempre
desejável por todos.
O amor também está presente em todos os dias da nossa
vida através do amor que sentimos pelos nossos pais e amigos, porém o que muitos
têm e alguns anseiam é aquele sentimento forte pela pessoa que você deseja,
aquele amor verdadeiro. Na minha opinião, este é o amor mais complicado, pois
apenas num milésimo de segundo ele pode passar do sentimento mais desejado de
todos para o pior sentimento do mundo.
Para mim, o segredo de amar e ser amado é você se
deixar levar e ver aonde vai parar, sem pensar muito no que irá ou poderá
acontecer. Não é que eu seja experiente no amor, longe disso, mas tudo aquilo
que falo tem por base acontecimentos da minha vida. Por isso, quando falo que o
amor é difícil, porém fácil, é ruim, mas ao mesmo tempo tão desejável, é
complicado, porém tão simples, é porque já tive experiências que me comprovaram
isso mesmo, e hoje em dia continuo tendo.
Concluo com toda a certeza de que o amor faz sim você
crescer, tanto racionalmente, no que diz respeito ao seu jeito e à sua forma de
pensar, como emocionalmente, no que diz respeito ao seu jeito de se abrir e de
sentir emoções, pois ao longo da vida nós vamos aprendendo a lidar com o amor e
consequentemente mudando por ele também.